2013-05-24 às 11:44

CONTRATAÇÃO PÚBLICA ELECTRÓNICA PROMOVE O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

«Os mercados públicos representam cerca de 20% do PIB europeu, sendo por isto extremamente importantes para o seu crescimento e desenvolvimento», afirmou a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, na abertura do seminário «A Reforma das Diretivas Europeias de Contratação Pública», na Faculdade de Direito de Lisboa.

Acrescentando que «o modelo de contratação pública electrónica utilizado em Portugal já mereceu rasgados elogios a nível europeu, sendo muito popular em procedimentos de licitação», a Ministra referiu que «a desmaterialização deste tipo de processo permite uma poupança que varia entre os 5% e os 20%, trazendo também benefícios ambientais, pois utiliza-se menos papel, os custos de transporte reduzem-se, o espaço de arquivo é menor, e por isto gasta-se menos energia, promovendo um crescimento sustentável».

«A estratégia Europa 2020 para um crescimento sustentável e inclusivo assenta no desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação, bem como em níveis de emprego que assegurem a coesão social e territorial», afirmou.

Apesar de «o momento que atravessamos não ser este, temos de dar o nosso contributo exatamente para que suceda este ideal», pelo que «os contratos públicos desempenham um papel fundamental nesta estratégia porque são um dos instrumentos de mercado para alcançar estes objetivos, através do uso mais eficiente dos fundos públicos, mantendo os mercados de contratação abertos em toda a União Europeia», explicou Paula Teixeira da Cruz.

Sublinhando que «o período de restrições orçamentais que atravessamos, bem como o peso da contratação pública no PIB português» torna necessário «simplificar as normas procedimentais dos contratos públicos», a Ministra afirmou ainda que «deve promover-se a flexibilização e o acesso das PME à contratação pública, facilitando uma utilização mais qualitativa deste tipo de contratos».

A reforma europeia nesta matéria assenta em três pilares fundamentais: um maior recurso à negociação, um uso mais frequente das Tecnologias de Informação (TI), e uma redução da carga administrativa. «A Comissão Europeia anunciou, em 2011, uma reforma das diretivas relativas aos contratos públicos, com vista a uma modernização uniforme da contratação pública na União Europeia. Isto constitui um passo importante para permitir às autoridades públicas europeias e aos fornecedores uma adjudicação transparente e concorrencial» pelo que se «impõe uma melhoria nas garantias existentes, visando o combate aos conflitos de interesses e à corrupção, bem como o reforço das garantias de fiscalização e imparcialidade», referiu também Paula Teixeira da Cruz.

E concluiu: «A reforma das diretivas comunitárias nesta matéria representa o avanço da contratação pública a nível europeu, pretendendo - acima de tudo - demonstrar o esforço de adaptação dos Estados-membros à conjuntura atual».

Em Portugal, esta matéria é regulada pelo Código dos Contratos Públicos (2008).

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