Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, intervém em almoço com empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Lisboa, 12 março 2013 (Foto: Rodrigo Gatinho)
 
2013-03-12 às 15:04

«ESPÍRITO DE CONCERTAÇÃO FOI IMPRESCINDÍVEL PARA AS REFORMAS ESTRUTURAIS» NA JUSTIÇA

«O espírito de concertação de todos os agentes envolvidos foi imprescindível para que se efetivassem as reformas estruturais neste sector», afirmou a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, à saída de um almoço com empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa.

Num balanço sobre o que o Governo fez nos últimos 20 meses nesta área, a Ministra referiu três pilares que precisavam de remodelação: penal, económico e administrativo. «É evidente que, no memorando de entendimento da troika, a tónica estava na vertente económica», referiu Paula Teixeira da Cruz, acrescentando - contudo - que «era muito claro que a justiça penal merecia atenção imediata e a justiça administrativa podia ser o inferno para o investimento» se não fosse também revista.

Sobre as reformas na justiça penal, a Ministra sublinhou que «a ideia que existe uma justiça para ricos e uma justiça para pobres acabou, bem como as prescrições» processuais. Acrescentando que é essencial «restabelecer a noção de justiça social», Paula Teixeira da Cruz afirmou que «ainda neste mês de março o Código de Processo Penal, o Código Penal e o Código de Execução de Penas entrarão em vigor» pelo que «toda esta reforma está concluída».

Na área da justiça económica, a Ministra reafirmou a necessidade de alterar a matriz do Código de Insolvência, reorientando-o para a recuperação de empresas. Daqui a relevância do Plano Especial de Revitalização - já aplicado a mais de 500 empresas e que só excluiu duas por «manifesta falta de requisitos» -, que, segundo Paula Teixeira da Cruz, «é um sucesso».

Mencionando também o Código do Processo Civil (CPC) e a reorganização dos tribunais como soluções-chave para a reorganização da justiça cível, a Ministra referiu que o CPC entrará em vigor no próximo mês de setembro: «Até lá, foram tomadas medidas transitórias para a ação executiva», que já resolveram 165 mil ações desta natureza.

Para revitalizar as dívidas das empresas através de um regime extrajudicial, o Ministério da Justiça está a preparar um programa semelhante ao PER, que «já foi sujeito a todas as audições, todas elas muito positivas», segundo Paula Teixeira da Cruz.

Arbitragem tributária e fiscal, Código das Expropriações, e Mediação e Julgados de Paz foram outros diplomas referidos pela Ministra que concluiu: «O que falta fazer é, essencialmente, na área da justiça administrativa».

Tags: Memorandos de entendimento, justiça, tribunais, reformas estruturais, investimento, revitalizar

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