EVOLUÇÃO DA DESPESA DO ESTADO ENTRE 2010 E 2014

A evolução da despesa do Estado

Portugal realizou nos últimos anos o mais profundo ajustamento orçamental da sua história democrática. O sucesso obtido permitiu recuperar a credibilidade internacional, que, tendo sido gravemente comprometida, levou o país à necessidade de recorrer à ajuda externa.

Em conjunto com outras reformas estruturais, o ajustamento é um poderoso factor de relançamento do crescimento sustentado da economia e do emprego, e também o que nos permitirá, de forma sustentada, melhorar o rendimento dos portugueses.

Vale a pena olhar em relance alguns dos principais resultados já alcançados.

1. Despesa pública

Despesa pública total

  • A despesa pública total foi reduzida até 2013 em mais de 8300 milhões de euros, 9,4% em termos nominais.
  • Ouve-se frequentemente no debate público a afirmação de que todo o ajustamento foi feito do lado da receita. Estes dados demonstram a falácia.
  • Em 2014, a despesa pública total será reduzida em mais de 1900 milhões de euros (-2,1% do PIB).
  • Na totalidade destes quatro anos, serão mais de cerca de 10 300 milhões de euros, ou seja, 4,9% de PIB.

2. Prestações sociais

Prestações sociais

  • Muitas vezes ouve-se a afirmação de que o Governo destruiu o Estado Social. Em 2013 gastámos mais em prestações sociais, em termos absolutos (+2,3%) e em percentagem do PIB (+1,5 %), do que gastávamos em 2010.
  • Em 2014, a despesa com prestações sociais será reduzida, em larga medida em resultado da redução do desemprego. Mas estas prestações continuam a representar de longe o maior agregado da despesa pública.

3. Consumos intermédios

Consumos intermédios

  • Os consumos intermédios foram reduzidos em mais de 1600 milhões de euros entre 2010 e 2013, o que representou uma diminuição de 18,3%. Trata-se do grande agregado de despesa que registou, de longe, a maior diminuição ao longo dos anos de ajustamento.
  • Relativamente à comparabilidade entre os dados da série de consumos intermédios, refira-se o seguinte: o valor de 2010 inclui 880 milhões de euros respeitantes à aquisição de submarinos. Os valores a partir de 2011 incluem uma estimativa de um acréscimo de cerca de 500 milhões de euros respeitantes às Parcerias Público-Privadas rodoviárias assinadas pelo anterior Governo. Deste modo, entre 2010 e 2013 a redução de consumos intermédios, sem atender a outros efeitos relevantes, atingiu cerca de 1300 milhões de euros.
  • O aumento que se projeta para 2014 é explicado pela fortíssima pressão dos gastos com as parcerias público-privadas, incorridos pelo anterior governo, que aumentam, face a 2013, quase 800 milhões de euros, não obstante as significativas poupanças já obtidas em renegociação.
  • Para 2015, uma parte importante do ajustamento orçamental conseguir-se-á com poupanças adicionais nos consumos intermédios.

4. Juros

Juros

  • Até 2013, foi a rubrica que mais aumentou (+1,5% PIB, ou mais 46,7% em termos nominais). De longe, o maior aumento foi de 2010 para 2011 (+1,2 pontos percentuais, ou mais 40,3%).
  • Num só ano, Portugal passou a pagar mais cerca de 2000 milhões de euros em juros do que antes pagava. Pode mesmo dizer-se que quase todo o aumento se deu nesse ano. É o reflexo da pré-bancarrota.
  • Desde então, os empréstimos oficiais, com taxas de juro muito reduzidas, depois de terem sido renegociadas duas vezes pelo Governo, permitiram conter a tendência para o seu aumento.

5. Despesa primária

Despesa primária

  • É importante ver como evoluiu a despesa sem juros, isto é, a chamada despesa primária, uma vez que a despesa total está muito influenciada pela evolução dos juros, ou seja, por factores que o Governo não controla.
  • A despesa primária, entre 2010 e 2013, foi reduzida em cerca de 10 700 milhões de euros, ou 12,7% em termos nominais, uma diminuição correspondente a 4,3 % do PIB. Note-se que esta redução tem lugar apesar da reposição dos subsídios, decorrente do acórdão do Tribunal Constitucional, o que explica a subida deste agregado da despesa entre 2012 e 2013.
  • Em 2014 a despesa primária será reduzida em mais 2000 milhões de euros, diminuindo o seu peso no PIB em mais 2,1%.
  • No final de 2014, a despesa primária terá diminuído mais de 12 700 milhões de euros (ou 6,4%).

6. Despesa primária excluíndo remunerações

DEspesa primára excluíndo remunerações

  • A despesa pública excluindo as remunerações foi reduzida entre 2013 e 2010 em cerca de 7300 milhões de euros (-11,6% em termos nominais).
  • Em 2013 a despesa pública assim agregada estava 2,8 pontos percentuais abaixo do seu nível em 2010. De referir que nesse ano a despesa sem remunerações aumentou, pois, como foi explicado anteriormente, para atender ao momento de emergência nacional, a  despesa com «prestações sociais» subiu cerca de 1700 milhões de euros.
  • Em 2014 estará, em percentagem do PIB, 3,5 pontos abaixo do nível anterior ao processo de ajustamento orçamental.
  • Isto demonstra bem a redução da despesa estrutural na máquina do Estado.

7. Défice global

Défice global

  • O défice global, entre 2010 e 2013, foi reduzido em cerca de 8800 milhões de euros,  ou seja, em 4,9% do PIB, sendo em 2013 exatamente metade do que era em 2010.
  • Em 2014 será reduzido em mais cerca de 1500 milhões de euros, para 4% do PIB.

8. Saldo primário

Saldo primário

  • Mais significativa ainda foi a descida do défice sem juros, isto é, do chamado défice primário. Este baixou em mais de 11 000 milhões de euros, ou 6,4% do PIB em 3 anos.
  • Em 2014, Portugal vai ter o primeiro excedente primário dos últimos 17 anos, e assim começar a reduzir a dívida pública. Uma vitória de todos os Portugueses.

Fontes: INE até 2013, Relatório do OE 2014, para 2014.

ÚLTIMAS 1 NOTÍCIAS RELACIONADAS
  • Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho no debate quinzenal, Assembleia da República,23 abril 2014 (Foto: Vítor Pires) 2014-04-23 às 16:49

    «Os nossos sacrifícios começam a valer a pena»

    «Os nossos sacrifícios começam a valer a pena», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, acrescentando que «esta é a principal mensagem... Tags: primeiro-ministro, orçamento, economia