Vivemos um «processo de reconfiguração do sistema
internacional», marcado «pela globalização, a multipolaridade, pelo
reajustamento macroeconómico global e por um reequilíbrio de poder
nas instâncias internacionais», afirmou o Ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros na abertura da conferência sobre
«Internacionalização das Economias» no espaço lusófono, em
Lisboa.
Por isto, «hoje, mais do que nunca, é fundamental projetar a
dimensão económica dos países de língua portuguesa no seu conjunto
e, consequentemente, da CPLP», afirmou Rui Machete, acrescentando
que a próxima Cimeira da CPLP em Díli deverá ser «um importante
momento para promover o debate político sobre o potencial económico
da Língua Portuguesa, procurando dinamizar novas formas de
cooperação económica e de valorização do setor empresarial dos
nossos respetivos países».
A CPLP tem vindo a afirmar-se no mundo quer pela capacidade
economia, quer pelas suas riquezas naturais, pela qualidade dos
seus recursos humanos e pela cultura, lembrou o Ministro,
acrescentando que a Língua se afirma «como um veículo de
internacionalização das nossas economias, potenciando os contactos,
as oportunidades de negócio e o desenvolvimento multinacional das
empresas».
Rui Machete referiu-se também á importância que a CPLP está a
ter na área da energia: «estudos indicam também que em meados deste
século os países da CPLP serão responsáveis por cerca de 30% da
produção mundial de hidrocarbonetos. Negligenciar este facto seria
um erro e custaria muito, no futuro, ao funcionamento e
desenvolvimento da CPLP e da economia no espaço de língua
portuguesa», acrescentando que «poderá vir a afirmar-se como uma
das áreas de excelência da Cooperação CPLP».