O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete,
afirmou que «há que procurar evitar uma tendência para a
renacionalização das políticas comunitárias em detrimento da
solidariedade necessária para o progresso da integração que se
pretende realizar», na abertura do Seminário Diplomático de 2014,
que reunião Embaixadores, chefes de missão e responsáveis pelos
negócios estrangeiros, em Lisboa. Aliás, «a entrada da Letónia na
zona euro, a abertura do processo de adesão da Sérvia» e «as
negociações com a Turquia» mostram a vitalidade deste projeto,
sublinhou.
O Ministro afirmou também que «iremos continuar a exigir
esforços conjuntos no sentido da construção da União Bancária, nos
seus três pilares: o da supervisão única atribuída ao Banco Central
Europeu, o do mecanismo único de resolução bancária, e o do Fundo
de Garantia dos Depósitos», referindo que «a fragmentação do
crédito na zona euro constitui uma consequência negativamente
discriminatória para as empresas portuguesas, na medida em que o
financiamento e taxas de juro variam consoante os países em que se
encontram estabelecidas».
«O aprofundamento do Mercado Único é fundamental para a
competitividade e para a consolidação do crescimento» - de que há
«sinais muito encorajadores que reforçam a nossa confiança na
concretização» do «fim do Programa de Assistência Económica e
Financeira próximo mês de maio» - porque «dele dependem a expansão
das nossas empresas, e das nossas exportações para a União
Europeia, cujo peso ainda representa 70% do seu valor total»,
referiu igualmente Rui Machete.
Rui Machete afirmou também a necessidade de «concretização de um
verdadeiro mercado interno da energia» até 2015, para que tenhamos
um «reforço da competitividade do sector industrial europeu,
condição fundamental para o crescimento sustentável, investimento e
criação de emprego».
O Ministro fez uma «digressão pela geografia dos nossos
interesses», destacando o relacionamento com Espanha - desejando
que os acordos relativos «ao mercado de eletricidade e ao
transporte ferroviário, e as interconexões destes com o resto da
Europa, possam ter efetiva concretização, com claros benefícios
para as economias dos dois países» -, e à Política de Vizinhança da
União Europeia que abrange a margem sul do mediterrâneo e o Próximo
Oriente.
No quadro das Nações Unidas, Portugal propõe-se continuar a
trabalhar para que o Conselho de Segurança se reorganize e se torne
mais eficiente, passando pelo alargamento do estatuto de membro
permanente ao Brasil e à Índia.
Relativamente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o
objectivo de Portugal é contribuir para a sua dinamização
principalmente nos vectores da valorização da Língua Portuguesa e
do seu ensino, e da economia.
O Ministro referiu ainda o êxito das nossas exportações que
se deve «sem dúvida, aos trabalhadores e empresários», mas
referindo que «para esse resultado contribuiu também o trabalho
realizado pelas nossas embaixadas e consulados, bem como pela
AICEP».