«A Língua Portuguesa é hoje uma das
mais influentes do mundo, com tendência para reforçar a sua posição
na sociedade de conhecimento, enquanto idioma de ciência e de
cultura. E com tendência também para o crescimento dos seus
falantes, tanto os nacionais como os das suas diásporas, bem como
estrangeiros», afirmou o Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete, na sessão de abertura da 2.ª conferência
sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, em
Lisboa.
«A Língua Portuguesa afirma-se pelo
número de falantes, pelo número de países de língua oficial
portuguesa, pela sua abrangência continental, pelo seu crescimento
na internet, pela cultura e mais recentemente, pela investigação,
inovação e criatividade», afirmou igualmente Rui Machete, que
acrescentou que «a Língua Portuguesa será cada vez mais alavanca
para a criação de redes no espaço da CPLP, designadamente nos
domínios científico e tecnológico».
O Ministro assinalou que «no mundo de hoje, recheado de desafios
inimagináveis há apenas duas décadas - na sua maioria resultantes
das Tecnologias de Informação - a Língua Portuguesa surpreende-nos
positivamente nos mais diversos cenários, conquistando prestígio à
escala universal e crescendo a um ritmo notável: o interesse pelo
idioma aumenta a um ritmo que ultrapassa o crescimento demográfico
médio anual da CPLP, que é de cerca de 1%, relevando portanto que
falantes de outros idiomas se interessam e aprendem a nossa
língua».
«É exponencial o número de pessoas de países terceiros que estão
a aprender a Língua Portuguesa fora da Europa, nomeadamente na
África Austral, na América do Sul, na Rússia e na China,
verifica-se um cada vez maior interesse pelo estudo da Língua
Portuguesa», declarou ainda o Ministro.
«Os números - referiu - dão-nos razões para encarar o futuro com
uma expectativa positiva». A Língua Portuguesa é hoje:
- «a 6.ª língua mais falada do mundo»;
- «a 3.ª língua europeia de expressão global»;
- «o 1.º idioma do hemisfério sul»;
- é língua oficial, de trabalho ou de documentação «em mais de
duas dezenas de organismos multilaterais ou regionais, incluindo as
Nações Unidas»;
- «os 250 milhões de falantes representam cerca de 3,7% da
população mundial»;
- «os 8 países membros da CPLP representam 4,3% do PIB mundial e
são responsáveis por 2% do comércio internacional».
Recordando que o Plano de Ação de Brasília «elevou o patamar de
exigência em torno» da projeção da língua, «assumindo que uma
crescente afirmação mundial da Língua Portuguesa teria
consequências no domínio económico, atraindo negócios e
investimentos», como se verifica pelos números, Rui Machete
acrescentou que «o Plano de Ação de Lisboa (...)responsabilizará
cada um dos Estados membros numa efetiva concertação de iniciativas
em matéria de política de Língua».
O Ministro afirmou que «é confortante olhar para o caminho já
trilhado pela CPLP e constatar que, em muitos aspetos, passámos das
palavras e das intenções aos atos e aos factos! Existe, sem margem
de dúvida, um percurso recheado de conquistas assinaláveis que tem
vindo a projetar a nossa participação, enquanto Comunidade, no
xadrez mundial», exemplificando com o seu contributo determinante
«para o êxito de candidaturas lusófonas ao exercício de mandatos
nestas estruturas de primeira linha no concerto das Nações».
«Decorridos 17 anos desde a criação da CPLP, percebemos já que
as linhas que logramos traçar e que as ações que concretizamos têm
um impacto real junto dos cidadãos, na sua vida quotidiana, nas
diásporas, nos media, nas organizações internacionais, nas
universidades», concluiu.