Orçamento retificativo, 4 setembro 2014
 
2014-09-04 às 17:13

«A SUSTENTABILIDADE DAS FINANÇAS PÚBLICAS TEM DE SER UM OBJETIVO PERMANENTE»

«A sustentabilidade das finanças públicas não pode ser uma preocupação apenas em períodos de emergência, tem de ser um objetivo permanente, sob pena de perda da credibilidade e confiança acumuladas», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no debate da proposta de segunda alteração ao Orçamento do Estado para 2014, na Assembleia da República.

Lembrando que «os compromissos orçamentais e a necessidade de reduzir o nível de dívida pública vão muito além do ano de 2014», a Ministra sublinhou: «É imperativo manter a disciplina orçamental no futuro com a mesma determinação dos últimos três anos».

«A proposta da segunda alteração ao Orçamento do Estado para 2014 visa assegurar três objetivos», referiu Maria Luís Albuquerque:

  • Dar execução ao Acórdão do Tribunal Constitucional de 30 de maio;
  • Refletir nas contas públicas a evolução da atividade económica e da execução orçamental; e
  • Assegurar o cumprimento do limite de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para o défice orçamental em 2014.

«As decisões do Tribunal Constitucional, algumas com impactos retroativos no nível de despesa pública, constituem um fator de instabilidade adicional», afirmou ainda a Ministra, acrescentando que «não reabrir o exercício orçamental não seria transparente, responsável nem justo para os portugueses».

Assim, «a segunda alteração ao Orçamento do Estado advém, em primeiro lugar, do acórdão do Tribunal Constitucional de 30 de maio, cujo impacto na despesa pública implica uma revisão dos tetos orçamentais», explicou Maria Luís Albuquerque.

A Ministra referiu também que, «de forma a garantir o cumprimento do limite de 4% do PIB para o défice orçamental, a revisão dos tetos de despesa exigia, por sua vez, a reavaliação das perspetivas macroeconómicas e a análise da execução orçamental».

«Tendo em conta a execução orçamental até julho, bem como a melhoria das perspetivas macroeconómicas, a estimativa de receita fiscal para 2014 foi revista em alta, em aproximadamente 0,7% do PIB e a previsão de saldo da Segurança Social foi melhorada em cerca de 0,3% do PIB», acrescentou.

Maria Luís Albuquerque afirmou que existe ainda «um conjunto de operações que poderão ter um impacto contabilístico no saldo orçamental», mas «uma vez que os seus efeitos dependem de externalidades, os mesmos não foram considerados na conta das Administrações Públicas apresentada».

Foi também tido em conta o impacto das operações no stock da dívida pública, sendo este efeito «o principal fator na origem da ligeira revisão em alta apresentada», concluiu.

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