Reforma do IRS, 18 março 2014
 
2014-03-18 às 12:13

SIMPLIFICAR, VALORIZAR TRABALHO E MÉRITO E PROTEGER A FAMÍLIA SÃO OBJETIVOS DA REFORMA DO IRS

A comissão de reforma do Imposto sobre Rendimento de pessoas Singulares (IRS) vai «rever as bases legais fundamentais do sistema de tributação das pessoas singulares, de forma a promover a simplificação do IRS, a valorizar o trabalho e o mérito e, por último, a assegurar a proteção da família, em particular atendendo à importância da natalidade», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na posse da comissão, em Lisboa. Na cerimónia estiveram também presentes o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas e o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio.

A Ministra referiu que «a Reforma do IRS surge como o terceiro pilar de uma transformação global da fiscalidade em Portugal», «na sequência da Reforma do IRC desenvolvida em 2013 e da Reforma para a Fiscalidade Verde lançada em janeiro deste ano», e «visa construir um sistema fiscal mais estável e mais previsível, com o objetivo último de colocar o nosso País numa trajetória de crescimento económico sustentado, assente na sustentabilidade das finanças públicas, na estabilidade financeira e na competitividade da economia».

Maria Luís Albuquerque destacou a importância da estabilidade do sistema fiscal, «em particular no longo prazo», mas também da sua previsibilidade «que tem um contributo mais direto na recuperação da atividade económica e na retoma do crescimento. Maior previsibilidade traduz-se em menor incerteza e maior confiança nas decisões de investimento, permitindo que se tomem mais decisões e melhores decisões».

O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, afirmou que «a reforma do IRS terá como objetivos prioritários: em primeiro lugar, simplificar o imposto, facilitando o cumprimento das obrigações declarativas e permitindo a sua modernização, em linha com as melhores práticas internacionais». 

«Em segundo lugar, a reestruturação deste imposto tem como meta promover a mobilidade social, através da avaliação da tributação que incide sobre os rendimentos do trabalho, para valorizar o trabalho, o mérito e o esforço», acrescentou.

«A reforma do IRS deve também proteger a família, tendo nomeadamente em consideração a importância da natalidade, para contribuir para a inversão do atual défice demográfico na sociedade portuguesa», referiu.

Assim, esta mudança «deve representar uma mudança estrutural nas políticas fiscais familiares em Portugal, abrindo caminho a um IRS mais amigo das famílias», concluiu.

A Comissão deverá propor as alterações legislativas que considere necessárias, ainda que com um calendário faseado, para:

  • Revisão e simplificação do IRS e demais regimes fiscais aplicáveis ao rendimento das pessoas singulares, de forma a simplificar o regime das respectivas obrigações declarativas e a facilitar o cumprimento das obrigações inerentes a este imposto, de acordo com as melhores práticas internacionais;
  • Promoção da mobilidade social através, designadamente, da avaliação da tributação que incide sobre os rendimentos do trabalho, com o objetivo de reconhecer e valorizar o mérito e o esforço;
  • Proteção das famílias, tendo nomeadamente em consideração a importância da natalidade, através da avaliação das bases gerais da tributação da família em sede de IRS e do reforço das políticas fiscais familiares, de forma a contribuir para a inversão do atual défice demográfico na sociedade portuguesa.

O calendário dos trabalhos da comissão é o seguinte:

  • Até 15 julho - apresentação do anteprojeto
  • De 16 de julho até 20 de setembro - consulta pública do anteprojeto
  • Até 1 de outubro - entrega ao Governo do projeto de reforma

 A Comissão de Reforma é presidida por Rui Morais (Professor de Direito Fiscal na Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto), João Catarino (Professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e antigo Chefe de Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do XV Governo, Vasco Valdez), Diogo Feio (jurista), Rosa Freitas (jurista), Teresa Gil (Subdiretora-Geral dos impostos sobre rendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira), Paula Rosado Pereira (Professora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa), Maria Quintela (jurista), Miguel Gouveia (Professor da Católica Lisbon School of Business and Economics), Cristina Pinto (Católica Porto Business School) e Filipe Abreu (jurista, adjunto do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais).

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