«As Pequenas e Médias Empresas (PME) são, indiscutivelmente, o
pilar fundamental para o crescimento da economia europeia», afirmou
a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, num
fórum intitulado «Da estabilidade ao financiamento para o
crescimento das PME - Desafios e papel na recuperação europeia», em
Bilbau, Espanha.
Acrescentando que as PME «são, também, o principal motor por
detrás da recuperação europeia», a Ministra explicou: «Os últimos
anos têm sido dedicados à resolução da crise financeira, através da
melhoria dos mecanismos de supervisão e regulação», mas também «à
resolução da crise económica global, através do Plano de
Relançamento da Economia Europeia».
Porém, «2014 é um ano diferente», pois «marca o tempo para a
ação», já que «a estabilidade financeira foi reforçada e os
desequilíbrios macroeconómicos estão a ser corrigidos em toda a
Europa, embora a vários ritmos», afirmou Maria Luís
Albuquerque.
«Foram, por isto, criadas condições para se desenvolverem
políticas que promovam o crescimento ativo e sustentável», que -
por seu turno - «é impulsionado, principalmente, pelo investimento
privado, como é o investimento privado que apoia a criação de
emprego e permite a criação de riqueza e recursos adicionais na
economia».
«As PME serão os principais intervenientes na recuperação
económica que se inicia presentemente na Europa», sublinhou a
Ministra, referindo ainda que «uma retoma plena depende da criação
de mais e melhores empregos para todos» e «a criação de emprego
depende do investimento», que por sua vez «exige
financiamento».
Contudo, «as condições de financiamento das PME têm sido
fortemente afetadas pela crise financeira e, principalmente, pela
fragmentação financeira, por duas razões principais», explicou
Maria Luís Albuquerque.
Em primeiro lugar, «as PME - em conjunto com as famílias - são
as últimas a beneficiar da melhoria das condições de financiamento.
Dada a sua menor dimensão, é maior a sua dependência do crédito
bancário. Assim, as PME não beneficiam logo de taxas de juros mais
baixas nos mercados». Por outro lado, «as PME sitas nos países
periféricos enfrentam um desafio adicional, relacionado com a
superação dos riscos da dívida soberana e bancária».
Com efeito, «a consequência mais direta da fragmentação
financeira é vivida pelas PME, que convivem diariamente com
empresas suas semelhantes a nível de produtos, mercados, planos de
negócios e perfis de risco, mas enfrentam diferentes condições de
financiamento, só porque estão localizadas em países
distintos».
«À medida que os diferenciais de acesso ao financiamento se
alongam no tempo, a capacidade de investimento das empresas
retrai-se, reduzindo também o seu potencial de crescimento. No
final, isto reflete-se no crescimento da própria economia,
obstaculizando um plano de crescimento concertado a nível europeu».
«Estando o problema identificado, é tempo de a Europa encontrar uma
estratégia que estimule o financiamento das PME», concluiu.