Orçamento retificativo, 22 janeiro 2014
 
2014-01-22 às 18:38

CES «JUSTIFICA-SE PELA NECESSIDADE DE GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DAS CONTAS PÚBLICAS» E EXCLUI 87,5% DOS PENSIONISTAS

«O alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) justifica-se pela necessidade de garantir a sustentabilidade das contas públicas», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no debate da proposta de Orçamento Retificativo para 2014, na Assembleia da República. «O Governo não tem nada contra os funcionários públicos ou contra os pensionistas», acrescentou a Ministra.

Questionada pelos deputados sobre alternativas que permitissem acomodar no défice 0,2% (o correspondente à despesa criada pela declaração de inconstitucionalidade do diploma de convergência dos sistemas de pensões da CGA e do regime geral), a Ministra lembrou que «0,2% no défice são mais 0,2% na dívida que pedimos que, no futuro, paguem. O que se acomoda hoje, paga-se amanhã». E sublinhou: «Não há nada à borla».

Explicando porque não recorreu ao dinheiro previsto no Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) para cobrir eventuais derrapagens orçamentais, para compensar a decisão do Tribunal Constitucional sobre o regime de convergência de pensões, Maria Luís Albuquerque afirmou: «Aparentemente a oposição que estranha que haja um Orçamento Retificativo ao fim de nove dias, é a oposição que acharia normal que - ao fim dos mesmos nove dias - gastássemos a dotação provisional que existe para um ano inteiro. Tenho muita dificuldade em perceber isto. Ou talvez não tenha».

Para cobrir eventuais despesas imprevistas, existe em todos os orçamentos do Estado uma quantia prevista que, no OE2014, é de 901 milhões de euros (o equivalente a cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto). Esta verba é composta por uma dotação provisional inscrita na proposta do Governo para o OE2014 é de 523,8 milhões de euros, e uma reserva orçamental que ascende a 377,1 milhões de euros.

A Ministra referiu ainda que «é obrigação do Governo prestar contas à Assembleia da República. Fazê-lo no dia 9 de janeiro ou em qualquer outra altura é a mesma representação de respeito pelo Parlamento». E recordou que «a primeira alteração ao Orçamento do Estado para 2014 foi apresentada a 9 de janeiro, mas estava a ser preparado há vários meses, pelo que - na prática - não foi feita no dia 31 de janeiro».

Por outro lado, o Ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, reafirmou que «mais de 87% dos pensionistas estão isentos da CES, apesar da base de incidência passar a ser de 1000 euros».

«A medida isenta mais de 2,7 milhões de pensionistas, de um total de cerca de três milhões, entre a Caixa Geral de Aposentações e a Segurança Social», referiu o Ministro, acrescentando: «No global, para que tenhamos consciência, do lado da Segurança Social estão isentos cerca de 95% dos pensionistas. Com este alargamento da CES, no que à Segurança Social diz respeito, apenas 66 mil pensionistas serão abrangidos».

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