Ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Assembleia da República, 20 fevereiro 2013 (Foto: Rodrigo Gatinho)
 
2013-02-20 às 11:33

GOVERNO PREVÊ REVISÃO EM BAIXA DA ATIVIDADE ECONÓMICA DE 1 PONTO PERCENTUAL

«Neste momento, o meu julgamento provisório aponta para uma revisão em baixa da previsão da atividade económica da ordem de 1 ponto percentual», afirmou o Ministro de Estado e das Finanças numa audição da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública da Assembleia da República. «Naturalmente, a avaliação da situação e perspetivas económicas será um dos temas centrais do sétimo exame regular. Os resultados serão, como habitualmente, divulgados no final do exame regular após terem sido consensualizados com a missão internacional», acrescentou Vítor Gaspar.

O Ministro afirmou também que «os desenvolvimentos negativos registados no quarto trimestre de 2012 não se limitaram à economia portuguesa», pois «a maioria dos países da União Europeia registou uma variação trimestral do produto negativa. Esta evolução foi comum aos nossos maiores parceiros comerciais».

Vítor Gaspar acrescentou que «a evolução do PIB no último trimestre do ano se deve a duas forças contraditórias. Por um lado, o contributo da procura externa líquida diminuiu significativamente. Por outro, o contributo da procura interna foi menos negativo do que anteriormente. Esta atenuação da queda da procura interna está em linha com a evolução esperada ao longo de 2013».

Recordando que, em termos orçamentais, «em 2011 e 2012 Portugal registou um ajustamento estrutural da ordem dos 6 pontos percentuais do PIB», o Ministro acrescentou que «é razoável conjeturar que a Comissão Europeia ponderará, em tempo oportuno, propor ao Conselho Ecofin, o prolongamento por um ano do prazo concedido a Portugal para corrigir a situação de défice orçamental excessivo».

Acerca do sétimo exame regular do programa de Assistência Económica e Financeira, Vítor Gaspar afirmou que «marca o princípio do fim da assistência oficial a Portugal. Marca a transição entre a urgência do ajustamento e a prioridade da estabilidade e da sustentabilidade do crescimento e da criação de emprego».

«Estão reunidas as condições necessárias para considerar a política económica e financeira num horizonte mais amplo, para construir os alicerces para um crescimento sustentado. É do investimento privado e do crescimento que resultará a criação de emprego. É pela criação de empregos pelas empresas privadas que se inverterá a evolução do desemprego», acrescentou.

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