«Neste momento, o meu julgamento provisório aponta para uma
revisão em baixa da previsão da atividade económica da ordem de 1
ponto percentual», afirmou o Ministro de Estado e das Finanças numa
audição da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública
da Assembleia da República. «Naturalmente, a avaliação da situação
e perspetivas económicas será um dos temas centrais do sétimo exame
regular. Os resultados serão, como habitualmente, divulgados no
final do exame regular após terem sido consensualizados com a
missão internacional», acrescentou Vítor Gaspar.
O Ministro afirmou também que «os desenvolvimentos negativos
registados no quarto trimestre de 2012 não se limitaram à economia
portuguesa», pois «a maioria dos países da União Europeia registou
uma variação trimestral do produto negativa. Esta evolução foi
comum aos nossos maiores parceiros comerciais».
Vítor Gaspar acrescentou que «a evolução do PIB no último
trimestre do ano se deve a duas forças contraditórias. Por um lado,
o contributo da procura externa líquida diminuiu
significativamente. Por outro, o contributo da procura interna foi
menos negativo do que anteriormente. Esta atenuação da queda da
procura interna está em linha com a evolução esperada ao longo de
2013».
Recordando que, em termos orçamentais, «em 2011 e 2012 Portugal
registou um ajustamento estrutural da ordem dos 6 pontos
percentuais do PIB», o Ministro acrescentou que «é razoável
conjeturar que a Comissão Europeia ponderará, em tempo oportuno,
propor ao Conselho Ecofin, o prolongamento por um ano do prazo
concedido a Portugal para corrigir a situação de défice orçamental
excessivo».
Acerca do sétimo exame regular do programa de Assistência
Económica e Financeira, Vítor Gaspar afirmou que «marca o princípio
do fim da assistência oficial a Portugal. Marca a transição entre a
urgência do ajustamento e a prioridade da estabilidade e da
sustentabilidade do crescimento e da criação de emprego».
«Estão reunidas as condições necessárias para considerar a
política económica e financeira num horizonte mais amplo, para
construir os alicerces para um crescimento sustentado. É do
investimento privado e do crescimento que resultará a criação de
emprego. É pela criação de empregos pelas empresas privadas que se
inverterá a evolução do desemprego», acrescentou.