Encerramento do debate do Orçamento do Estado, 27 novembro 2012
 
2012-11-27 às 13:51

APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2013 CRIA «CONDIÇÕES PARA TRANSFORMAÇÃO ESTRUTURAL DO ESTADO E DA SOCIEDADE»

A Assembleia da República aprovou o Orçamento de Estado e as Grandes Opções do Plano para 2013. No debate de encerramento, discursando em nome do Governo, o Ministro de Estado e das Finanças afirmou que «a esmagadora maioria dos deputados desta Assembleia da República foi eleita com o mandato claro de promover o ajustamento e superar a crise. É uma enorme responsabilidade. Em momentos de crise, existem duas alternativas: ou a crise é gerida pelo sistema político, ou o sistema político é debilitado pela crise». O Ministro acrescentou que «tudo será muito mais difícil se o nosso sistema político não souber resistir às tentações que enfrenta neste momento».

«Com a aprovação do Orçamento para 2013 estão criadas as condições para a continuação determinada da transformação estrutural do Estado e da sociedade e para a diminuição do endividamento das administrações públicas, das empresas e das famílias», afirmou o Ministro. Acrescentando que assim ficam também criadas «as condições que perspectivam uma melhoria nas condições de financiamento», Vítor Gaspar sublinhou que este «é sempre um momento importante e solene» sendo que «nas atuais circunstâncias, a responsabilidade que recai sobre o Governo é ainda maior» pois «são grandes as incertezas e os riscos que rodeiam o exercício orçamental para 2013» devido à «acentuada deterioração» que o contexto externo conheceu nos últimos meses.

Afirmando que «o Orçamento do Estado para 2013 é mais um passo determinado no processo de ajustamento», Vítor Gaspar referiu que este «está a eliminar importantes desequilíbrios macroeconómicos» no País. E explicou como é que a estratégia prevista no programa de ajustamento responde aos problemas de Portugal: «De acordo com as previsões do Ministério das Finanças, em 2014 teremos um crescimento real do PIB de 0,8%. O crescimento das exportações deverá também aumentar e a taxa de desemprego deverá iniciar uma trajetória descendente, recuando para os 15,9%».

Mas ainda há dificuldades por ultrapassar, e no centro destas está assegurar a sustentabilidade das finanças públicas. Como principais desafios, o Ministro identificou a garantia das funções sociais do Estado de forma eficaz e equitativa e a diminuição da despesa de forma a equilibrar as finanças públicas. «Para responder a estes desafios, precisamos de repensar as funções do Estado, pois o Estado social só desempenhará eficazmente as suas tarefas se for um motor de investimento social», afirmou Vítor Gaspar, concluindo que, para este debate, é fundamental envolver toda a sociedade portuguesa - agentes políticos, parceiros sociais e cidadãos.

Vítor Gaspar referiu o acordo alcançado esta madrugada na reunião de das Finanças dos Estados da zona euro, que prevê uma extensão dos prazos dos empréstimos e uma redução dos juros pagas pelos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira à Grécia. «Portugal e Irlanda, países de programa [de ajustamento], serão, de acordo com o princípio de igualdade de tratamento adotado na cimeira da área do euro, em julho de 2011, beneficiados pelas condições abertas no quadro do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira»

O Ministro destacou o facto de o Eurogrupo ter conseguido «um acordo político envolvendo o Fundo Monetário Internacional para desbloquear o financiamento à Grécia» o qual «limita os riscos para a Grécia e para a área do euro»: «A tomada de decisões muito difíceis pelas autoridades gregas e o apoio europeu oferecem a promessa de quebra de uma tradição de fraca capacidade de execução do programa e das suas medidas», acrescentou.

«O progresso [de ajustamento] de Portugal e Irlanda foi importante para a avaliação positiva das perspetivas de ajustamento da área do euro» e «a evolução das taxas de juro, depois do anúncio do Eurogrupo, testemunha o interesse vital de Portugal na estabilidade sistémica da área do euro», afirmou Vítor Gaspar, acrescentando que «as condições de financiamento do Tesouro registaram uma melhoria significativa»: «As taxas de rendibilidade das obrigações do Tesouro encontram-se em níveis de fevereiro, março de 2011. São também já vários os exemplos de grandes empresas, e até de um dos nossos principais bancos, que conseguiram emitir obrigações de médio prazo. Esta situação reflete a acumulação de credibilidade e confiança junto dos investidores internacionais, graças aos progressos alcançados na execução do programa por parte de Portugal».

Tags: orçamento, Memorandos de entendimento, programa de assistência económica e financeira, zona euro, crescimento, emprego