Documento de Estratégia Orçamental, 30 abril 2012
 
2012-04-30 às 15:44

2013 DEVERÁ SER «O ANO DO INÍCIO DA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA»

O ano de 2013 deverá ser «o ano do início da recuperação económica», afirmou o Ministro de Estado e das Finanças no final do Conselho de Ministros extraordinário que aprovou o Documento de Estratégia Orçamental que contém as opções políticas e o cenário macroeconómico até 2016. Vítor Gaspar afirmou que o Documento de Estratégia Orçamental 2013-2016 (DEO) não contém alterações significativas nem das opções políticas nem do cenário macroeconómico.

Assim, 2012 será um ano de recessão - como previsto; em 2013 iniciar-se-á a recuperação económica; em 2016, o Governo prevê que «a atividade económica tenha já atingido o seu nível potencial». 2014 deverá ser o ano de inversão das necessidades de financiamento da economia portuguesa, referiu ainda o Ministro. Quanto às opções políticas, o DEO «parte da base de consenso que é comum a todos os partidos que subscreveram o programa de ajustamento», afirmou o Ministro.

No campo orçamental, o Ministro de Estado e das Finanças referiu também a necessidade de «acompanhar a evolução da execução do orçamento da Segurança Social com particular cuidado»: «o orçamento da Segurança Social já foi alvo de ajustamento em sede de Orçamento retificativo, estando o orçamento da Segurança Social, em termos da sua execução, a ser afetado pela evolução do desemprego e pela evolução da massa salarial que afeta as contribuições sociais».

De resto, «a melhor análise» sugere que «a despesa está sob controlo e que a receita, em particular a receita fiscal, não se desvia significativamente do que seriam os padrões esperados», pelo que «não há qualquer novidade em termos de medidas adicionais para este ano ou anos seguintes».

A reposição dos subsídios de férias e de Natal na Administração Pública e empresas públicas, deverá começar a ser feita em 2015, a um ritmo de 25% ao ano: «relativamente à questão dos cortes temporários, a posição política é exatamente a que foi expressa pelo Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, isto é, a reposição do subsídio de Natal e de férias, bem como a reposição do corte efetuado em 2011 terão de ser feitos gradualmente a partir de 2015 e o ritmo será condicionado pela existência de espaço orçamental». O subsídio de férias e de Natal está suspenso, de forma parcial, para quem receba entre 600 e 1 100 euros e de forma total para salários e pensões acima de 1 100 euros.

Finalmente, o Ministro referiu que «para efeitos do semestre europeu» o Documento de Estratégia Orçamental substitui o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC): «Para países que estão sujeitos a um programa de ajustamento, a comissão europeia explicitou que não é preciso apresentar PEC. Consequentemente, não existe PEC para apresentar». O DEO «inclui toda a substância que estaria incluída no PEC, mas o conteúdo político está já contido no programa de ajustamento».

O DEO será entregue hoje ao final da tarde na Assembleia da República, que disporá depois de «algum tempo para se pronunciar», havendo «toda a disponibilidade para falar sobre este documento ou qualquer outra matéria com o maior partido da oposição».

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