«Vamos terminar o ano seguramente muito bem em termos de
exportações, com uma contribuição líquida da procura externa
positiva para o crescimento do Produto Interno Bruto», afirmou o
Ministro da Economia referindo-se aos dados divulgados pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE). As exportações portuguesas
aumentaram 9,4% em outubro, face a igual mês de 2013, registando o
melhor desempenho dos últimos 12 meses, com um contributo decisivo
das vendas para fora da União Europeia, que subiram 18,3%. No mesmo
período, as importações subiram 1,2%.
António Pires de Lima, que falava no final de uma visita de dois
dias e meio aos Estados Unidos, afirmou que «é muito importante
este bom final do ano» que «seguramente projetará as exportações
portuguesas para um bom ano também em 2015».
O Ministro destacou o comportamento de alguns setores como «é o
caso do vestuário - que cresce mais de 11% -, dos produtos
agroindustriais e também dos setores do calçado e do mobiliário»,
que são «setores tradicionais que fizeram a sua reformulação do
negócio e, como nós próprios podemos constatar aqui nos Estados
Unidos, estão a dar cartas nos mercados internacionais».
Referiu também o «progresso importante» de Portugal nas tabelas
de classificação de instituições mundiais, apontando a do Banco
Mundial, na qual Portugal ocupa a 25.ª posição como o país onde é
mais fácil fazer negócios, ou a do Fórum Económico Mundial, na qual
está em 36.º lugar: «Estes indicadores acabam por se traduzir na
capacidade que as nossas empresas de bens e serviços têm de
exportar mais e em ganhar quota de mercado em muitos e diferentes
setores a nível mundial».
Respondendo a perguntas da imprensa, o Ministro disse que as
exportações de bens «apontam para um crescimento acumulado este
ano, ainda assim moderado, de cerca de 1%», enquanto a de serviços,
terá um «crescimento moderado rondará os 3%», pelo que «estaremos
seguramente em linha, ou até acima, do previsto no orçamento
retificativo [2,1%], talvez ligeiramente aquém daquilo que tínhamos
previsto no orçamento inicial [4,8%]».
A alteração substancial entre as duas previsões decorreu da
lenta retoma da economia europeia e da desaceleração das
exportações portuguesas durante o primeiro semestre de 2014,
nomeadamente devido à paragem da refinaria da Galp em Sines.