«Com esta privatização conduzida em duas fases, e que usou o
mercado de capitais como único instrumento de venda da empresa,
foram mais de 900 milhões de euros», o que «é um enorme êxito,
tanto para o Estado, como para a equipa de gestão dos CTT», afirmou
o Ministro da Economia, António Pires de Lima.
Estas declarações foram feitas à agência Lusa, depois de a
Parpública ter anunciado a conclusão da venda dos 31,5% que o
Estado ainda detinha nos CTT ao preço de 7,25 euros por ação, por
343 milhões de euros, totalizando o valor final da reprivatização
909,2 milhões de euros.
E lembrou: «Muitos diziam que a empresa não valia mais de 400 ou
500 milhões de euros. Quando o Governo estava a estudar a
possibilidade de lançar a privatização, ouvi comentários de
investidores que estavam interessados na empresa que declaravam que
esta não valeria mais de 300 ou 400 milhões de euros».
Além do ponto de vista financeiro, o Ministro sublinhou que «a
privatização dos CTT constitui também mais uma prova de vida em que
a economia vence uma batalha importante na luta pela credibilidade
e confiança que são essenciais à atração do investimento e à
recuperação económica» do País.
«É muito positivo que, na primeira semana de setembro, depois de
tudo o que foi conhecido e que se passou em Portugal nos últimos
meses, uma privatização de uma empresa que até há um ano era
completamente pública se tenha concluído no mercado de capitais com
o sucesso que se conhece», referiu ainda.
António Pires de Lima afirmou também: «Além disto, a operação é
também a prova de que Portugal e as boas empresas continuam a
chamar e a ser muito atrativas do ponto de vista do investimento
português e investimento institucional estrangeiro».
Quanto aos atuais acionistas dos CTT, o Ministro acrescentou que
estes «são bons investidores, internacionais e portugueses, o que é
um motivo de conforto».
«O mérito deve-se ao trabalho feito pelos Ministérios das
Finanças e da Economia, pela administração dos CTT e pela própria
empresa dos Correios», sendo «justo salientar que foi acertada a
decisão do Governo de privatizar os CTT em dois passos: tanto na
escolha do mercado de capitais em outubro - quando ainda não estava
claro a forma como Portugal ia terminar o programa de assistência
financeira - como no regresso ao mercado de capitais no início
deste mês, depois de uma fase difícil e desafiante no mercado de
capitais na bolsa portuguesa em julho e agosto».
E concluiu: «Com ousadia e coragem, o Governo usou o mercado,
que é o teste decisivo que podemos escolher para medir a
credibilidade daquilo que queremos vender e do que queremos fazer
com investidores, para privatizar os CTT, e foi totalmente
bem-sucedido».