«Este é um relatório muito ansiado por ser o que tem maior
expressividade entre os investidores», afirmou o Ministro da
Economia, António Pires de Lima, referindo-se ao Relatório de
Competitividade Global 2014/15, divulgado pelo Fórum Económico
Mundial, cuja apresentação decorreu na Escola de Direção e Negócios
da Universidade Católica, em Lisboa.
Lembrando que «nos últimos sete anos, não registámos qualquer
progresso», o Ministro sublinhou: «Esta situação agora inverteu-se,
com um salto de 15 lugares na classificação que merece ser saudado,
pelo que representa junto dos investidores internacionais».
«Estas notícias são boas para o País e para os portugueses,
porque a competitividade está ligada à sustentabilidade, e existe
uma grande determinação em tornar Portugal atrativo para o
investimento externo», referiu António Pires de Lima,
acrescentando: «Estes indicadores surgem na sequência de outros
relatórios que, nos últimos dois anos, têm registado os progressos
do País, que resultam de muito trabalho dos portugueses, mas também
das reformas estruturais aplicadas pelo Governo».
O Ministro afirmou ainda que, «para recuperar economicamente,
Portugal não pode ser um país deprimido»: «Temos de mudar o
paradigma económico e deixar de procurar rendimentos fáceis.
Precisamos de contrariar as adversidades para alimentar a cadeia
positiva que ajuda à recuperação económica e ao crescimento, sendo
também necessário que o interesse das empresas esteja alinhado com
os gestores, os trabalhadores e os acionistas, para atrair
investimento externo».
«Hoje, vivemos na Europa um braço de ferro entre forças
positivas, que lutam pelo crescimento da economia e pelo combate ao
desemprego, e aspetos negativos, como a burocracia do Estado e a
pesada carga fiscal, que nos podem empurrar para a estagnação»,
afirmou António Pires de Lima, acrescentando: «Em 2014, prevemos
que a economia cresça 1%. O desemprego caiu de 17,7% para 13,9%,
tendo sido criados 100 mil novos postos de trabalho no último
ano».
«Portugal colou-se agora a países como a Espanha, ultrapassando
a República Checa, a Polónia ou a Itália, e distanciando-se da
Grécia. A par da Roménia, fomos o país da União Europeia que
registou maiores progressos», realçou.
Mas «este salto é ainda muito positivo porque se repercute em
vários sectores da economia», referiu o Ministro, destacando: a
eficiência na gestão de bens e serviços (subida de 28 lugares); as
reformas estruturais articuladas com os parceiros sociais (subida
de 43 posições); o comportamento das instituições (subida de cinco
lugares); as infraestruturas (idem); os cuidados de saúde e
educação (24.ª posição); a sofisticação da atividade empresarial
(subida de seis lugares); e a inovação (28.ª posição).
«A necessitar de consolidar progressos está a situação
macroeconómica do País (dívida e défice público), que ainda
representa um obstáculo à competitividade», acrescentou António
Pires de Lima. «No geral, os progressos traduzem um trabalho em
equipa frutuoso entre as empresas, as universidades, mas também com
o Estado, que se reformou e está a dar um contributo importante em
diversas áreas para que Portugal seja percepcionado no exterior
como um país atrativo para investir».
O Ministro concluiu: «Desde dezembro de 2012, o sentimento de
confiança dos agentes económicos é cada vez maior em Portugal. Em
julho e agosto de 2014 esta evolução continua muito positiva,
havendo um ambiente construtivo que é bom para a economia, uma vez
que esta vive da gestão de expectativas».
Segundo dados do Fórum Económico Mundial, Portugal melhorou a
sua competitividade subindo 15 posições, para o 36.º lugar. O País
registou melhorias na criação de negócios (subida de 84 lugares em
oito anos, para a 5.ª posição), e obteve também maior
flexibilização no mercado de trabalho (113.º lugar, entre 144
países analisados).
Quanto à dívida pública, o País está em 138.º lugar, no setor
financeiro em 104.º, e na facilidade de acesso ao crédito, no
108.º. Em relação à qualidade educativa, Portugal está em 40.º
lugar, e na inovação ocupa a 37.ª posição.
Os melhores registos do País situam-se na qualidade das estradas
(2.º lugar) e na gestão das escolas (4.º lugar). A pontuação global
de Portugal no índice de competitividade subiu de 4,40 para os
4,54, em sete pontos possíveis.