«Esta é a retoma de um serviço que já não existia há alguns
anos, e que já nem os agentes locais esperavam que pudesse ser
retomado. Faço votos para que, no início do próximo ano, possamos
ter os voos regulares que ligarão Viseu a Lisboa e a Faro já a
operar», afirmou o Secretário de Estado das Infraestruturas,
Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, na inauguração do
hangar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com
Aeronaves, em Viseu.
Sublinhando que «a inclusão de Viseu e Portimão na rota que
anteriormente servia apenas Vila Real, Bragança e Lisboa não traz
despesas acrescidas», o Secretário de Estado acrescentou: «Temos a
certeza que a inclusão de Viseu nesta rota, não só é compatível
orçamentalmente com a realidade do País, mas também com as regras
comunitárias».
«Esta é uma medida que contribui para a coesão social e do
território, para o desenvolvimento de infraestruturas que são de
primordial importância para a região e para o fomento da atividade
económica». «É muito importante que os governos centrais não se
esqueçam do interior na hora de tomar decisões», realçou ainda.
Sobre a importância do hangar do Gabinete de Prevenção e
Investigação de Acidentes com Aeronaves inaugurado, Sérgio Monteiro
referiu: «Pode parecer que estamos a tratar de sucata, mas
destroços de aeronaves que são acidentadas são informação valiosa
para a vida das pessoas, porque trataremos de fazer investigação de
como prevenir as situações que ainda não aconteceram».
O hangar deverá entrar em funcionamento dentro de algumas
semanas e servirá para armazenar e examinar as aeronaves
acidentadas, o seu conteúdo e os seus destroços.
Viseu terá também uma ligação ferroviária, «independentemente da
modalidade que for seguida. A decisão está tomada, está vertida no
Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas e será uma
realidade dentro deste quadro comunitário de apoio. Falta agora
discutir, do ponto de vista prático, qual é a alternativa técnica,
se a ligação da cidade à ferrovia será feita através da
modernização da linha da Beira Alta, ou de uma nova ligação entre
Aveiro, Viseu e Vilar Formoso», afirmou o Secretário de Estado.
«Esta decisão será tomada do ponto de vista estritamente técnico
e de impacto económico na região. A decisão será aquela que melhor
servir os interesses da região, sem esquecer os constrangimentos
orçamentais pelos quais o País tem vindo a passar e a restrição
ativa de não termos um envelope infinito do ponto de vista de fundo
de coesão para a ferrovia», acrescentou.
Sérgio Monteiro lembrou ainda que «o Plano Estratégico de
Transportes e Infraestruturas sinalizou como mais prioritária a
ligação Coimbra-Viseu, que prevê a melhoria e transformação do IP3
em perfil de autoestrada». «Uma vez mais, a decisão tem de ser
tomada em função dos interesses dos agentes económicos e das
populações. Nenhum Governo vai impor por decreto uma solução a uma
região que tem uma voz tão ativa e importante como a região Centro
e a cidade de Viseu».
Neste processo, «foram ouvidos agentes económicos, que apontaram
como sendo a melhor solução a transformação do IP3 numa estrada com
perfil de autoestrada, com a devida portagem, e que deverá avançar
com dinheiros privados». «Contudo, se se encontrar uma alternativa
que sirva de igual modo os agentes económicos e que possa ter um
impacto melhor nos cidadãos da região, pois ajustaremos esta
decisão. Importa, num prazo curto, tomarmos a decisão e avançar com
o projeto e obra», referiu.
Sérgio Monteiro afirmou ainda: «Gostava de deixar uma palavra de
tranquilidade em relação à TAP, porque os procedimentos básicos de
segurança e manutenção da nossa companhia aérea de bandeira estão
obviamente a ser cumpridos, e nem podia ser de outra forma». «Não é
por acaso que, pela manutenção da TAP, passam muitos dos aviões de
outras companhias aéreas que não tem capacidade de manutenção
interna. Isto tem-se verificado ao longo dos anos e mantém-se no
presente».
Sobre o incidente com um avião da TAP, que teve um problema num
reator que originou a queda de algumas peças em viaturas e num
edifício em Camarate, o Secretário de Estado referiu: «Este reator
não é mantido pela TAP, é da responsabilidade do fabricante, que
faz o acompanhamento direto da manutenção e das peças do reator e
motor. O fabricante estará esta semana em Lisboa para verificar o
sucedido e tomar as diligências que entender».
«Ainda é muito cedo para tirar conclusões. No entanto, creio que
não há razões para fazer crer que a qualidade do serviço
reconhecido da companhia está em causa», afirmou, acrescentando que
«não tendo responsabilidade direta na manutenção daquele motor, a
TAP aguardará o trabalho das entidades competentes, no sentido de
evitar que se repitam estas situações».