O Ministro da Economia afirmou ser «com muita satisfação que
vejo a Embraer investir em Portugal em vez de investir noutros
países europeus, alguns não muito distantes de Portugal, e onde diz
que não encontra as condições para fazer negócio que tem em Alverca
e Évora». António Pires de Lima fez esta declaração no decorrer de
uma visita à empresa brasileira, que é a terceira maior
construtoras aeronáuticas do mundo.
Em Portugal, a Embraer tem a Indústria Aeronáutica de Portugal
(OGMA), localizada em Alverca, Vila Franca de Xira, que comprou em
2005, e criou duas fábricas em Évora, em 2012, que representaram um
investimento de quase 180 milhões de euros e onde são construídas
peças para o novo avião executivo Legacy 500 e para a aeronave de
transporte militar KC-390.
O Ministro referiu que o avião cargueiro militar KC-390 - cujo
desenvolvimento e testes são feitos no Centro de Excelência para a
Inovação e Indústria (CEIIA), no Porto, e partes são produzidas em
Alverca e outras em Évora -, vai entrar em comercialização no
último trimestre deste ano, acrescentando ter a «certeza de que se
este investimento está a correr bem».
Pires de Lima espera também que «surgirão por parte da Embraer
em Portugal, quer em Évora quer em Alverca» outros investimentos e
outras oportunidades de emprego qualificado, pois a Embraer tem a
intenção de avançar com mais uma parceria com Portugal para o
desenvolvimento da nova geração de aviões comerciais da Embraer
(E2), o que «é realmente a confirmação de que esta aposta na
aeronáutica está a ser ganha e que quem deve fazer o investimento e
por os recursos é fundamentalmente o setor privado».
O Ministro afirmou que o Estado «pode ser um parceiro
fundamental» nestes investimentos «se tiver políticas de atração de
investimento e boas políticas fiscais, se puder ser parceiro ao
nível da empregabilidade e se tiver institutos, como a AICEP»,
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.
António Pires de Lima recordou que antes de 2005 a OGMA era uma
empresa pública alvo de várias críticas, devido a salários em
atraso e problemas laborais, que quase a obrigaram a fechar portas,
e «quem comprou a OGMA, que na altura tinha uma fama terrível, foi
a Embraer». A empresa foi primeiro recuperada e depois privatizada
e hoje é «uma história de sucesso» porque emprega 1500 pessoas,
acrescentando que foi «o primeiro passo do investimento de uma
grande empresa em Portugal».