«Há sinais ténues de que a capacidade de Portugal atrair
investimento está a aumentar», afirmou o Ministro da Economia no
American Club de Lisboa. António Pires de Lima referiu que
«várias empresas multinacionais resolvem colocar em Portugal os
seus centros de competências especializados em marketing,
tecnologia, ou consultadoria, usando para o critério de escolha a
qualidade das pessoas».
Sublinhando que «sem investimento privado, é difícil - ou mesmo
impossível - criar emprego», o Ministro afirmou: «O momento de
viragem só pode consolidar-se com o motor do investimento, que pode
atirar Portugal para taxas de crescimento que os macroeconomistas
são incapazes de prever».
Lembrando os números do crescimento, António Pires de Lima
apontou os sinais de recuperação: «As exportações portuguesas deram
um salto de 30% de 2010 para 2013, enquanto as de outros países sob
programas de ajustamento, como Irlanda e Grécia, cresceram 14,3% e
5,6%».
«A previsão é de que o consumo privado venha a crescer cerca de
1% este ano», referiu, acrescentando ainda que «talvez o que esteja
a modificar o comportamento das pessoas seja a confiança no caminho
que está a ser seguido e a perceção de que o momento mais difícil
do ajustamento foi ultrapassado».
Ontem, num jantar-debate com a Associação Comercial do Porto, o
Ministro afirmou: «Reconhecemos que, do ponto de vista da
simplificação administrativa, do combate à burocracia, e do
acesso eficaz a sistemas de justiça, há ainda um enorme trabalho a
fazer».
E acrescentou: «O combate à burocracia é um trabalho cultural,
que não se resolve pela mera publicação de decretos-leis». Assim,
«é preciso realizar um trabalho fino, do ponto de vista processual,
ao nível do Estado». «Espero que este trabalho se possa fazer
sentir gradualmente, e chegar à vida das empresas», concluiu.