«A grande missão deste Ministério é, mais do que confirmar o
momento de viragem positivo da nossa economia em 2014 e 2015, a
ambição de criar as bases para que este crescimento possa ser
sustentável no período que vai para além desta legislatura»,
afirmou o Ministro da Economia, António Pires de Lima, na comissão
de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República.
Acrescentando que «as exportações portuguesas já representam 41%
da riqueza criada pelo País (quando, em 2009, esta rubrica
representava apenas 28% do PIB)», o Ministro sublinhou: «Este
crescimento é impressionante, atestando bem a capacidade
competitiva das nossas empresas». «Esta evolução tem todos os
ingredientes para continuar em 2014».
Quanto à evolução do consumo privado, António Pires de Lima
referiu que este é «o segundo motor da economia», tendo
«estabilizado, e estando a dar sinais de crescimento». «Se as
exportações valem 40% da riqueza, o consumo privado vale cerca de
60%», o que significa que «há confiança dos portugueses no momento
que estamos a viver, uma vez que os rendimentos disponíveis às
famílias não cresceram».
«Não podemos deixar de registar esta inversão de tendência»,
sobretudo «após todos os sacrifícios e esforços que foram já
pedidos aos portugueses», afirmou o Ministro, acrescentando: «A
taxa de poupança cresceu de 6% para quase 14%, entre 2011 e 2013.
As pessoas com falta de confiança passaram a poupar e deixaram de
consumir fora de casa».
E realçou: «Para assegurar o crescimento da economia, há que
apostar na trilogia de sucesso: exportações, consumo privado e
investimento».
António Pires de Lima referiu ainda: «O contributo do Ministério
da Economia para os 1400 milhões de euros [das medidas anunciadas
ontem pelo Governo], é de 170,8 milhões de euros». Deste
montante, «139,7 milhões de euros têm a ver com a reestruturação de
serviços ou concessões. Temos estimado poupar 1,2 milhões de euros
com as extinções das direções regionais de economia».
«O projeto das concessões, nomeadamente, dos transportes
metropolitanos de Lisboa e Porto, vai permitir uma poupança
estimada entre 80 a 85 milhões de euros em indemnizações
compensatórias», explicou o Ministro, acrescentando que «o setor
empresarial dos transportes melhorou a rentabilidade em 250 milhões
de euros nos últimos três anos».
Sobre a fusão da Refer com as Estradas de Portugal, António
Pires de Lima reafirmou que este «é um projecto que vai para a
frente, já que obedece a toda a lógica e racionalidade».
«Através deste projeto, para além de uma gestão integrada das
duas infraestruturas, vão-se conseguir poupanças importantes»:
«Estimamos próximo de 50 milhões em 2015, a que depois irão crescer
mais de 115 milhões de euros no quinto ano após a concretização da
fusão (2019)», concluiu.