2014-02-05 às 17:01

REGIME EXCECIONAL PARA REABILITAÇÃO URBANA DEVERÁ SER APROVADO ATÉ FINAIS DE MARÇO

O Governo «tem a expectativa de que este regime possa estar aprovado até ao final de março, num trabalho conjunto dos Ministérios do Ambiente e da Economia», afirmou o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Telecomunicações, Sérgio Monteiro, referindo-se ao regime excecional para a reabilitação urbana.

Estas declarações foram feitas à saída da conferência «Seis anos de vigência do Código dos Contratos Públicos - A contratação pública em contexto de crise», no Porto.

Sublinhando que, «sem nunca colocar em causa a qualidade do edificado, este regime irá estabelecer um conjunto de normas que facilitam as intervenções de reabilitação urbana e reduzem o seu custo», o Secretário de Estado explicou que o objetivo é «estimular a atividade do setor da construção e dinamizar o mercado de arrendamento, que é um dos objetivos políticos do Governo».

Sérgio Monteiro lembrou ainda que «o peso de 10% das intervenções de reabilitação urbana em Portugal está muito abaixo dos 20% a 40% registados nos principais países da Europa», donde, «precisamos de continuar a reduzir este intervalo que ainda nos separa das melhores práticas a nível europeu, porque não temos capacidade para continuar a construir fogos novos, mas há um espaço enorme para crescermos na reabilitação urbana».

O Secretário de Estado referiu também «o empenho do Governo numa outra medida prevista no Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor assinado em março de 2013 pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário» que consiste em «garantir que 2,9 mil milhões de euros por executar do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) 2007-2013, relativos a projetos já aprovados, cheguem de facto ao setor».

«Temos seguido este assunto de perto em conjunto com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e temos feito um esforço grande para que haja a celeridade que garanta que Portugal continua a estar entre o primeiro e o segundo país com mais taxa de execução de verbas do QREN», explicou.

Ressalvando que «o principal problema na execução dos fundos comunitários está - sobretudo - nas águas e resíduos, saúde e educação», Sérgio Monteiro afirmou: «Este deve ser um esforço conjunto, quer do setor, quer do Governo como um todo».

Referindo-se ao estudo das Estradas de Portugal (EP) sobre o sistema de portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (Scut), o Secretário de Estado afirmou eu este «visa encontrar um sistema mais justo, que garanta a coesão social e territorial do País».

E explicou: «A ideia é ter, na mesma estrada - do primeiro ao último quilómetro - o mesmo custo, e não o custo nos sítios onde estão hoje os pórticos e outras zonas sem custo nenhum, porque isto só onera as zonas onde estão os pórticos, o que não é razoável para as populações que aqui residem».

«A proposta que a EP está a elaborar analisa o preço máximo por quilómetro em cada estrada, tendo em conta o índice de desenvolvimento económico da zona onde se insere», afirmou, acrescentando que «o interior deve ter preços por quilómetro mais baixos do que o litoral, sendo que o litoral é mais desenvolvido e o interior menos desenvolvido». Contudo, ressalvou Sérgio Monteiro, «as estradas hoje com portagens dificilmente deixarão de as ter». Depois de ser entregue ao Governo, esta proposta da EP será submetida a discussão pública.

O Secretário de Estado afirmou também que «o Governo vai introduzir, até março, alterações no Código dos Contratos Públicos nos preços anormalmente baixos e da regulação das plataformas electrónicas». Isto porque «a regra que hoje existe não promove a concorrência, podendo levar à prática de preços abaixo do custo real da obra».

Assim, «precisamos de regular isto», pois «o atual regime está a distorcer a sã concorrência dentro do setor e a levar à perda de valor».

«As novas regras deverão prever que o preço base da obra tenha como referencial a média das propostas apresentadas sendo que, a percentagem abaixo da qual é considerado um preço anormalmente baixo será fixada num limite inferior aos atuais 40%», explicou.

«Desta forma, julgamos estar a prestar um serviço muito relevante, não apenas ao objetivo político que presidiu à elaboração deste Código - aumentar a transparência e a competitividade em toda a contratação -, mas também ao setor, ao garantir a sua sustentabilidade, e aos donos de obra pública, ao garantir que quem apresenta proposta tem condições para honrar os termos e os compromissos dessa proposta», afirmou o Secretário de Estado.

Outro dos aspetos em que o Governo está a trabalhar é a regulação das plataformas eletrónicas, para «contornar as questões de fiabilidade, credibilidade, eficácia e segurança que atualmente se levantam em torno destes instrumentos». «O diagnóstico que fizemos foi que tínhamos problemas nesta matéria, e que precisávamos de clarificar quem é o regulador das plataformas, para depois atuar sobre as práticas menos corretas na sua utilização, disponibilização de informação e acesso», referiu.

Sérgio Monteiro afirmou que «já foi definido que será o atual Instituto da Construção e Imobiliário - futuro Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção - que terá a responsabilidade de fazer a regulação das plataformas electrónicas» com o objetivo de «garantir que o seu acesso, manutenção, informação e disponibilização da informação ao público são feitos com toda a transparência e nos termos considerados adequados pelo regulador».

Tags: reabilitação urbana, contratação pública, arrendamento, competitividade, sustentabilidade, qren, fundos europeus, coesão, transportes, concorrência, regulação

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