«Se queremos ter uma política de sustentabilidade económica na
Europa, que crie emprego e oportunidades para os jovens, é muito
importante que recriemos uma boa base na indústria e nos serviços
seus associados, no turismo e nas suas atividades conexas», afirmou
o Ministro da Economia, António Pires de Lima, sublinhando que «é
verdadeiramente importante que este tema seja colocado pelos países
da Europa do sul na agenda prioritária da Europa».
Estas declarações foram feitas em Madrid, onde o Ministro se
encontra numa visita oficial para promover o investimento em
Portugal. Da sua agenda faz também parte uma visita à Feira
Internacional de Turismo em Espanha (FITUR), bem como uma reunião
com o seu homólogo, o Ministro da Indústria, da Energia e do
Turismo, José Manuel Soria.
O Ministro considerou esta reunião «importante, tendo
em vista a preparação em Portugal de um encontro em fevereiro que
terá como tema central a reindustrialização da Europa e
nomeadamente do sul». O encontro decorrerá no âmbito da COTEC,
depois de o Governo ter apresentado a Estratégia de Fomento
Industrial para o Crescimento e o Emprego.
Referindo-se a esta Estratégia, António Pires de Lima
afirmou que este é um programa «muito ambicioso, que visa - através
da indústria, do turismo, e dos serviços - ajudar a que Portugal
tenha um crescimento claramente superior a 2% nos próximos dois
anos». Para atingir este objetivo, «o Governo avançou com um
conjunto de medidas devidamente calendarizadas».
O Ministro acrescentou que «um dos riscos nesta Estratégia é o
desafio do financiamento das empresas, especialmente das Pequenas e
Médias Empresas (PME), mas num sentido mais lato, que inclua, tanto
o crédito bancário, como a capitalização das empresas».
«Esta é uma agenda prioritária do Governo em 2014 e em 2015»
pelo que «cremos que a nova instituição financeira de
desenvolvimento vai ter um papel muito importante na dinamização
desta agenda», referiu ainda, explicando que «a agenda comporta
outros aspetos como a investigação, a inovação, o empreendedorismo,
a ciência e a definição das infraestruturas básicas necessárias
para o reforço da competitividade em Portugal e na Península
Ibérica».
Em entrevista à agência financeira Bloomberg, o Ministro
afirmou: «Acredito que a economia portuguesa poderá registar este
ano uma expansão superior à antecipada pelo Governo em outubro,
quando foi apresentado o Orçamento do Estado», ou seja, «no final
pode ser possível crescer mais do que 1%».
As previsões atuais do Governo estimam um crescimento de 0,8% no
Produto Interno Bruto (PIB) português em 2014. A economia
portuguesa cresceu no segundo e terceiro trimestres de 2013 sendo
que, em termos homólogos, a queda no terceiro trimestre (no valor
de 1%) foi a mais baixa desde 2011.
«A confiança sobre o crescimento da economia portuguesa em 2014
é um sentimento que está a ganhar força na sociedade portuguesa»,
referiu também António Pires de Lima, lembrando que - a
confirmar-se o crescimento da economia portuguesa este ano -
«colocará fim a uma série de três anos consecutivos de recessão em
Portugal».
De Madrid, o Ministro segue para Davos, para participar no Fórum
Económico Mundial. A esta viagem seguir-se-á uma visita oficial a
França, no âmbito do périplo para atrair investimento no País
iniciado em Londres, e que já passou por Berlim, Moscovo, São
Francisco, Nova Iorque e Washington.
Sobre a forma como Portugal sairá do programa de assistência
económica e financeira (com ou sem o auxílio de um programa
cautelar), António Pires de Lima reiterou que «ainda é cedo para
tomar uma posição». «Não devemos antecipar uma decisão que tem que
ser tomada no momento certo. A Irlanda só anunciou a sua decisão um
mês antes da saída da troika», concluiu.