2014-01-09 às 11:04

TROIKA ACELEROU O RITMO DAS REFORMAS ESTRUTURAIS APESAR DE SER CONDICIONANTE PARA A ECONOMIA

«Os compromissos [com a troika] têm uma componente boa, e uma que condiciona a economia», afirmou o Ministro da Economia, António Pires de Lima, em entrevista ao jornal Público.

Afirmando que «a componente boa é a reformista», o Ministro referiu «o facto de termos um ambiente mais concorrencial, de termos executado ou estarmos a executar algumas medidas que tornam o País menos burocrático». «A troika tem tido um papel positivo porque acelerou a dinâmica destas reformas. Temos calendários apertados que temos de cumprir, há um fator de pressão nestas matérias que é positivo», acrescentou.

Contudo, «há uma outra perspetiva em que a troika é condicionante porque, ao obrigar-nos a corrigir determinados défices de forma tão agressiva, há algumas medidas económicas que gostaríamos de tomar - nomeadamente, ao nível da fiscalidade - que ficam prejudicadas ou atrasadas», referiu António Pires de Lima.

Quanto a uma eventual baixa de impostos, o Ministro aponta 2015 como o ano em que esta será possível: «Acho que é fundamental entrarmos num registo que dê esperança às pessoas», uma vez que estas «vivem do seu trabalho e estão a pagar impostos de uma forma insustentável, o que é muito desmotivante».

«E isto não afeta só os rendimentos mais altos […] Estou a falar também dos rendimentos da classe média, que tem níveis de fiscalidade que considerávamos impensáveis há cinco ou seis anos».

Sobre as diferenças entre os sectores público e privado, o Ministro lembrou que «não se pode gerir um Ministério como se gere uma empresa» porque «quando se está a governar, está-se a governar para todos os portugueses, enquanto, quando se está a gerir uma empresa, está-se a fazê-lo para os acionistas, com os trabalhadores que lá estão. Hoje são uns, amanhã são outros».

Assim, «os tecnocratas que julgam que se pode gerir um país como se gere uma empresa falham redondamente na política», afirmou António Pires de Lima.

Acrescentando que já «sabia que não podia replicar aquilo que era a liderança de uma empresa privada quando se está a tratar da governação do País e daquilo que é um serviço público», o Ministro referiu ainda que «o ritmo do Estado é diferente do setor privado, até em termos de adaptabilidade de reestruturação». Desta forma, «não é possível, nem é desejável» que se transponham para o setor público certas práticas características das empresas.

E concluiu: «O maior desafio que tenho como Ministro da Economia é provar que, não copiando o que fiz nas empresas privadas, é possível fazer a execução de resultados a que me comprometi».

Tags: reformas estruturais, economia, impostos

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