O Ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou que
reuniu com representantes de empresas norte-americanas que
«mostraram um interesse grande por conhecer Portugal, algumas até
por investir no País ou estudar possibilidades de
investimento».
Estas declarações foram feitas à agência Lusa em São Francisco,
onde o Ministro se encontra a terminar uma visita oficial aos
Estados Unidos com o objetivo de dar a conhecer os progressos que
Portugal tem feito no seu programa de ajustamento.
«Só é possível investir num país depois de o conhecer e de o
sentir, depois de aprofundar a análise sobre setores específicos»,
sublinhou o Ministro, acrescentando que já endereçou convites a
alguns investidores: «Foram abordadas oportunidades interessantes,
em termos de intenções de investimento, nas áreas industrial e
alimentar, mas também no setor dos serviços qualificados»,
referiu.
Em Washington, António Pires de Lima reuniu com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial e a associação
norte-americana de Fabricantes com o objetivo de promover o
financiamento e o processo de expansão internacional das empresas
portuguesas.
«Não há investimento sem financiamento e, neste sentido, os
contactos que mantivemos em Washington são importantes porque
procuram dar continuidade ao trabalho que se tem feito para apoiar
empresas portuguesas na sua expansão internacional, tanto na
América do Sul como em África», explicou o Ministro.
«Desenharam-se boas perspetivas para poder dar continuidade a
este trabalho que as empresas portuguesas estão a fazer,
nomeadamente, através de concursos públicos que têm vindo a ganhar
- como é o caso de empresas de construção - ou outro tipo de
empresas em projetos importantes, tanto em Moçambique como,
futuramente, em Angola», afirmou.
António Pires de Lima reuniu ainda com a embaixadora responsável
pela negociação do acordo comercial entre a União Europeia e os
Estados Unidos da América, Miriam Sapiro, que se revelou «uma amiga
e uma política muito interessada na agenda que temos em Portugal e
nos desenvolvimentos que temos feito», referiu o Ministro,
acrescentando: «Esperamos que ela possa visitar Portugal em breve
durante o ano de 2014».
Sobre a reação das instituições norte-americanas em relação a
Portugal, António Pires de Lima referiu: «Senti um grande apreço e
uma enorme expectativa. Há uma impressão muito positiva do esforço
que se está a fazer para relançar a economia portuguesa e isto gera
uma expectativa crescentemente positiva relativamente à capacidade
de Portugal. Apesar de ser um esforço que tem de ser continuado,
nomeadamente ao nível da execução do Orçamento para 2014, a
expectativa é muito positiva que Portugal conclua com o êxito o
programa de ajustamento em junho de 2014».
Quanto à falta de consenso entre os partidos que apoiam o
Governo e o principal partido da oposição quanto à reforma do
imposto sobre rendimentos das empresas (IRC), o
Ministro afirmou: «Várias vezes dei nota do benefício que seria
para Portugal e para os portugueses, em matéria de reforma do IRC,
termos uma reforma com um compromisso alargado ao PS, mas -
enquanto Ministro da Economia - prefiro francamente uma reforma
feita com convicções e assente em princípios claros, do que em nome
do consenso uma reforma envergonhada».
Isto porque «existem princípios muito importantes na proposta
pelo Governo que são nucleares à própria ideia de reforma»,
explicou António Pires de Lima: «É o caso de um regime de isenção
de tributação que torne realmente Portugal num destino atrativo
para o investimento internacional ou com origem em Portugal para o
resto do mundo, um sistema comparável com as melhores práticas
europeias, e também a ideia da redução - tanto quanto possível
autossustentada - das taxas».
«O próximo passo será concentrar as atenções sobre o impacto
desta reforma para a atração de investimento e para potenciar
Portugal do ponto de vista económico a partir de 1 de janeiro de
2014, uma vez que boa parte das suas maiores componentes mais
valiosas vão passar a estar efetivas no início do próximo ano»,
acrescentou o Ministro, concluindo: «Esta é uma reforma que veio
para ficar».