O Ministro da Economia, António Pires de Lima, encontra-se esta
semana em visita oficial aos Estados Unidos com o objetivo de
«comunicar o progresso extraordinário que Portugal tem feito no
programa de ajustamento».
Estas declarações foram feitas à agência Lusa, em Nova Iorque,
naquela que é a quarta etapa da promoção do investimento em
Portugal que o Ministério da Economia está a desenvolver junto dos
principais parceiros económicos, depois de Londres, Berlim e
Moscovo. Participa também nesta visita o Secretário de Estado da
Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.
Referindo que «vamos terminar este resgate e concluir este
programa em junho de 2014», o Ministro explicou que quer «dar nota
do interesse que pode ter, para diferentes tipos de investidores,
considerarem Portugal como um espaço privilegiado para o
investimento, não só na Europa, mas também como uma porta de
entrada em muitos países africanos».
«Portugal está a ganhar competitividade, está crescentemente a
posicionar-se como um centro de negócios privilegiado, e isto é
reconhecido em diferentes indicadores que vamos conhecendo, alguns
deles até de instituições americanas, como foi o caso da Forbes,
que ainda na semana passada considerou Portugal como o 20.º melhor
país do mundo para atividades empresariais».
António Pires de Lima acrescentou que «a recente operação de
troca de dívida e o processo de privatização dos Correios de
Portugal (CTT) podem ser argumentos muito fortes para despertar o
interesse do capital americano».
«O sucesso na privatização dos CTT, onde houve investimento
importante de capitais americanos, o facto de nos mercados de
dívida ter sido bem-sucedida esta troca de dívida, esta permuta de
dívida que fizemos recentemente, e todos os indicadores
internacionais que têm vindo a posicionar crescentemente Portugal
como um local atrativo para investir são argumentos de peso nesta
viagem que vamos fazer de costa a costa», afirmou.
«Para que Portugal possa ser alvo do interesse de investidores
internacionais é preciso dar-se a conhecer, é preciso que façamos
este esforço de comunicar aquilo que estamos a fazer bem em
Portugal e a forma como alguns setores da nossa atividade,
nomeadamente nas atividades mais ligadas à exportação, estão a ter
uma evolução sistemática, continuada, persistente e de grande
sucesso em todo o mundo», explicou o Ministro.
Assim, durante esta visita será seguida «uma agenda muito
intensa de contactos com empresas de capital de risco, com
investidores institucionais e também com a comunicação social».
Na Califórnia, António Pires de Lima quer mostrar que o Governo
«está muito interessado em manter contactos estreitos com empresas
de base tecnológica forte, até porque já existem empresas
norte-americanas com centros de negócios muito importantes em
Portugal», referiu.
À agência de informação económica Bloomberg, o Ministro afirmou:
«A prioridade do Governo deve ser a de executar este Orçamento e
provar que a economia vai crescer durante o primeiro trimestre.
Depois disto, iremos ver qual é a melhor opção para Portugal: se é
seguir o bom exemplo da Irlanda, e é um muito bom exemplo, ou
negociar qualquer outro tipo de plano cautelar».
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a economia
registou um segundo trimestre consecutivo de crescimento, com o
Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 0,2%.
António Pires de Lima acrescentou ainda: «O consumo privado é
importante porque irá contar para 60% do PIB em Portugal e está
relacionado com o bem-estar das pessoas». «Temos de ter uma
economia que trabalhe bem para as famílias e as pessoas que formam
a economia».
Sobre as previsões do Banco de Portugal, que divulgou que a
partir do final de 2013 - e até 2015 - a economia deverá registar
taxas de variação homólogas do PIB positivas, o Ministro referiu
que estas «são boas notícias que ajudam, seguramente, esta tarefa
que estamos aqui a desempenhar nos Estados Unidos, no sentido de
despertar o interesse de empresas americanas, de fundos americanos
para o investimento em Portugal».
«É bom percebermos que, à dinâmica das exportações - que
continuam a crescer de uma forma muito saudável - se estão a juntar
dois elementos adicionais que são muito importantes para que a
retoma económica possa ser consolidada ao longo do ano de 2014 e
depois em 2015». «Um tem a ver com a estabilização do consumo
privado, com os dados a melhoraram no terceiro trimestre. O outro
relaciona-se com a recuperação, pela primeira vez, do investimento
no terceiro trimestre, a que não será alheio o facto de o Governo
ter avançado com o super crédito fiscal para o investimento das
pequenas e médias empresas», concluiu.