O Secretário de Estado da Saúde afirmou que «queremos que as pessoas estejam imunes ao surto da gripe que aí vem e com isto diminuir a pressão sobre os serviços hospitalares e sobre os cuidados primários de saúde» para «libertar o mais possível e deixar os serviços disponíveis para os casos mais graves». Eurico Castro Alves intervinha no lançamento da campanha nacional de vacinação contra a gripe, no Porto.
O objetivo da campanha, para a qual foram disponibilizadas um milhão e 200 mil vacinas, tendo já sido vacinadas cerca de um milhão de pessoas, tem por objetivo proteger e prevenir sobretudo os idosos, um grupo alvo considerado «prioritário e fragilizado», dotando-o de meios preventivos contra a gripe sazonal e minimizar os efeitos de uma pressão acrescida no acesso aos serviços de urgência e estabelecimentos do Serviço Nacional da Saúde no período do frio.
A campanha de vacinação deverá prolongar-se por duas semanas e mobilizará os profissionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que farão o apoio domiciliário aos lares e IPSS para reforçar a vacinação a este grupo-alvo.
No lançamento da campanha participaram também os presidentes da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, da Comissão Nacional das Instituições de Solidariedade Social, padre Lino Maia, e da União das Mutualidades Portugueses, Luís Silva.
Eurico Castro Alves sublinhou que «estamos a trabalhar em conjunto para que no período de surto máximo de gripe haja uma retaguarda para aqueles casos exclusivamente sociais e que muitas vezes estão a ocupar camas nos hospitais desnecessariamente». Este trabalho com as instituições é fundamental para chegar a «todas as pessoas de risco e, no caso dos lares de terceira idade, todas as pessoas com mais de 65 anos». A campanha decorre em que todos os ACES e centros de saúde, que vão mobilizar os recursos disponíveis vacinar todos os idosos.
Eurico Castro Alves disse acreditar que com as «medidas que estamos a tomar neste momento não chegará a ser necessário» o encaminhamento de doentes para os serviços de saúde privados, mas «é nossa obrigação estar preparados para todos os cenários e essa é uma possibilidade no limite que não deixamos de considerar».
Durante o período crítico, ou seja, aquele em que haverá «mais pressão e solicitação» nas instituições de saúde, será determinado pela Direção-Geral de Saúde «um conjunto de medidas especiais no sentido de prevenir qualquer situação para a qual não se consiga ter capacidade de resposta. Desde logo, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estará preparado para colocar macas em qualquer ponto do território nacional, em qualquer hospital, se houver necessidade de reforçar a sua capacidade».
O Secretário de Estado acrescentou que «temos um acordo com as instituições de solidariedade no sentido de garantir uma retaguarda aos doentes que não precisam de estar nos hospitais e nos serviços de urgência e temos agora esta operação à escala nacional que é a de vacinar a população de risco tanto quanto possível, quer os maiores de 65 anos, quer os profissionais de saúde».