Programa Nacional de Vacinação, 15 setembro 2015
 
2015-09-15 às 16:37

«SUCESSO DO PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO DEVE-SE EM LARGA MEDIDA AO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE»

«O sucesso do Programa Nacional de Vacinação deve-se em larga medida ao Serviço Nacional de Saúde que agora completa 36 anos, e a robustez deste é garantia da continuidade dos bons resultados da vacinação, traduzidos em muitos milhares de doenças e de mortes evitadas ao longo da sua história», afirmou o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, na cerimónia do Dia do Serviço Nacional de Saúde que também comemorou os 50 anos do Programa Nacional de Vacinação.

No discurso proferido em Lisboa, o Ministro referiu que «com exceção do acesso a água potável, nenhuma outra intervenção em saúde é tão custo-efetiva como a vacinação (nem mesmo a utilização de antibióticos) ou teve um efeito tão importante na redução da mortalidade e no crescimento populacional em todo o mundo».

Paulo Macedo recordou que «ao longo de 50 anos de existência, o PNV foi evoluindo, tendo em atenção a disponibilidade de novas vacinas, a epidemiologia das respetivas doenças no País e o impacto previsível da vacinação na dinâmica das doenças e na Saúde Pública», tendo começado com 6 vacinas, e deixado de incluir a vacina contra a varíola quando em 1980 a doença foi erradicada.

Atualmente o Programa Nacional de Vacinação «inclui 13 vacinas, a última das quais contra infeções por pneumococo foi introduzida em julho de 2015, para crianças nascidas a partir de 1 de janeiro deste ano». O Programa foi incluído no SNS a partir de 1979 «passando assim a usufruir de um modelo de organização e de uma estrutura favoráveis à sua aplicação e desenvolvimento», já que «apresenta uma fundamentação científica sólida, tem financiamento do Orçamento de Estado, tem um modelo de governança consistente e conta com a aceitação e adesão de profissionais e cidadãos».

O Ministro disse ainda que em Portugal, «a vacinação é praticada desde o século XVIII, havendo referências a inoculações contra a varíola datadas de 1793», mas «apenas no século XX, principalmente na sua segunda metade, que se desenvolveu a vacinação de rotina de populações inteiras», tendo o Programa tido início «com uma campanha de vacinação contra a poliomielite em que se administraram cerca de 3,2 milhões de doses da vacina no período de um ano permitindo que, no primeiro ano da campanha, a doença fosse praticamente eliminada no nosso País».

Paulo Macedo afirmou que «o objetivo do PNV é assegurar o controlo, a eliminação ou mesmo a erradicação de doenças infecciosas, com incidência, sequelas ou letalidade elevadas e para as quais existam vacinas de qualidade, eficazes e seguras, sendo que «os critérios para incluir vacinas no PNV são rigorosos e têm em conta não só a proteção individual mas também a imunidade de grupo e o valor acrescentado para a Saúde Pública».

Paulo Macedo recordou que desde as primeiras vacinas contra a varíola, «as vacinas permitiram controlar várias doenças em extensas áreas do planeta. E, em 1980, menos de 200 anos depois do início da vacinação contra a varíola e na sequência de uma estratégia de imunização global, um vírus e uma doença foram erradicados por ação do Homem - facto único na nossa história».

«O impacto da vacinação na saúde e na dinâmica da população mundial é inestimável, as vacinas evitam doenças e dão saúde, melhoram o bem-estar dos povos e são um fator de desenvolvimento», afirmou ainda.

Contudo, «atualmente assiste-se a uma inversão da perceção do risco pelos cidadãos: não sendo as doenças vistas como uma ameaça, emergem resistências à vacinação. Este constrangimento é um estímulo para manter os elevados níveis de qualidade do PNV e os respetivos ganhos em saúde», disse o Ministro.

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