«Se não existir sustentabilidade, não existirá Serviço Nacional
de Saúde (SNS)», pelo que «garantir que o SNS se mantem sustentável
foi e continuará a ser um desafio estrutural», afirmou o Ministro
da Saúde, Paulo Macedo, no encerramento da comemoração dos 35 anos
do SNS, em Lisboa, que incluiu vários antigos Ministros.
Sublinhando que «assegurar o acesso permanente e contínuo à
inovação é um desiderato do qual o Governo não abdicará», o
Ministro acrescentou: «Porém, saberemos separar a novidade da
inovação, e não seremos contemplativos em relação aos interesses
privados e corporativos».
«Há que criar um sistema de saúde mais transparente na
organização, nos modelos, na prestação», referiu Paulo Macedo,
lembrando que, durante um período de grave crise económica, «quando
houve necessidade de responder com folgas orçamentais acumuladas, o
SNS ainda teve de responder aos desequilíbrios acumulados».
Lembrando que «o SNS acompanhou a rápida alteração demográfica»,
Paulo Macedo afirmou: «Do especial enfoque nos cuidados de saúde
materno-infantis, no início da década de 80, passámos para a
procura de resposta às doenças crónicas e outras patologias
relacionadas com os comportamentos e envelhecimento». «As
infraestruturas foram sendo remodeladas e apostou-se em forte
investimento na qualificação dos profissionais de saúde».
«Hoje, o SNS está na linha da frente de cuidados altamente
diferenciados, como a transplantação e o tratamento das doenças
virais ou como as doenças oncológicas e as tecnologias da
reprodução medicamente assistida», exemplificou o Ministro,
realçando: «É graças aos seus resultados que é possível termos
ganho anos à doença».
Paulo Macedo referiu também que «a futura criação dos centros de
referência e a sua integração em redes europeias de excelência de
cuidados de saúde constituirá uma nova etapa na evolução deste SNS
do século XXI». «De uma realidade nacional passamos hoje para uma
realidade europeia, um desafio de competitividade internacional que
Portugal tem sabido ganhar noutros sectores e que agora se alarga à
saúde».
«O SNS afirma-se hoje, 35 anos depois de ter sido criado, não
como um sistema exclusivamente voltado para o tratamento, mas como
um sistema onde a prevenção deve ser assumida como instrumento de
sustentabilidade», sublinhou o Ministro, acrescentando que o
Governo organizou «9 programas prioritários com uma visão de futuro
e de sustentabilidade a longo prazo».
Nestas áreas de maior relevo, «vamos manter uma abordagem
assertiva dos determinantes de saúde fazendo mais pela alimentação
dos portugueses, protegendo-os do tabagismo, combatendo as
dependências e promovendo uma juventude mais afastada do uso
excessivo de álcool», afirmou Paulo Macedo, referindo: «Aplicámos o
princípio da saúde em todas as políticas» sendo exemplos disto: a
revisão da legislação sobre o álcool e as medidas para a abolição
das smart-shops.
«A saúde dos cidadãos depende do Ministério da Saúde, como
depende de todos os outros Ministérios. Depende do Governo, como
depende de todos os profissionais deste e doutros sectores. Depende
de organizações de profissionais e de doentes. Depende,
essencialmente, de pessoas». «Há que continuar por um melhor SNS.
Este é o meu desafio e estou certo que é o vosso desafio»,
concluiu.