O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia foi recebido pelo Papa Francisco, juntamente com os restantes 27 Ministros do Ambiente e Clima da União Europeia e os Comissários Europeus de Ambiente, Energia e Clima, no Vaticano. Jorge Moreira da Silva disse que a grande preocupação do Papa «parece-me ser que cada um, na medida das capacidades, assuma as suas responsabilidades», acrescentando que o Papa também afirmou «a necessidade de haver compromissos globais para as questões ambientais».
O Ministro afirmou que o mundo enfrenta um problema urgente que é uma situação sem paralelo na história e «um desafio sem comparação: no que diz respeito às ameaças ao nosso planeta, estamos perante uma crise climática, uma crise na área da biodiversidade e também dos recursos hídricos e por isso temos de mudar de vida - e para isso é importante que existam entendimentos e compromissos à escala internacional».
Os Ministros e Comissários da UE foram recebidos pelo Papa Francisco para lhe darem conhecimento da proposta de um novo Protocolo de Quioto que a União vai apresentar na Conferência do Clima de Paris. O Papa referiu-se ao problema das alterações climáticas nomeadamente através da encíclica «Laudato si: sobre o cuidado da casa comum» e da criação de um dia de oração.
O Ministro considera que o sucessor do Protocolo de Quioto deve definir metas ambiciosas que envolvam todas as partes, no sentido de travar o aumento da temperatura mundial superior a 2ºC.
Neste sentido, Portugal já adotou medidas e metas para combater as alterações climáticas, nomeadamente através das estabelecidas no Compromisso para o Crescimento Verde, um contrato social para o desenvolvimento sustentável subscrito por 82 entidades públicas e privadas da sociedade civil e pelo Governo, que estabelece como objetivos a redução das emissões de CO2 em 30-40% em 2030, face aos níveis de 2005; o atingir de 40% de renováveis no consumo final de energia em 2030; a redução do consumo de energia no PIB em 1,4% por ano e das perdas de água de 40% para 20%; e o aumento da utilização de transportes públicos em 2% por ano e também das interligações elétricas com a UE em 10% até 2020 e 15% em 2030.
Do CCV são também objetivos o aumento do PIB verde em 5%/ano e das exportações nos setores verdes em 5%/ano e também a duplicação do emprego verde até 2030 (com um aumento anual de 4%).