«Devemos apostar na mobilidade elétrica porque é uma das razões para que haja autonomia energética» nacional, afirmou o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia na sessão pública «Mobilidade Elétrica: Resultados e Perspetivas», em Lisboa, no dia em que entrou em vigor o Programa de Mobilidade Sustentável 2015-2020, aprovado no Conselho de Ministros de 25 de junho. Jorge Moreira da Silva acrescentou que é importante que a mobilidade elétrica em Portugal seja vista como «um desígnio incontornável» de Portugal.
O Ministro anunciou que até ao final do ano, o Estado vai adquirir os primeiros 30 veículos elétricos, número que deverá aumentar para 1200 até 2020, segundo o programa de mobilidade sustentável para administração pública (Eco-Mob), estando o seu financiamento garantido pelo Fundo Português de Carbono. Este programa tem também como finalidade substituir os veículos antigos por veículos elétricos e introduzir novos métodos de gestão partilhada das frotas do Estado.
Jorge Moreira da Silva disse que deve abandonar-se «a ideia de que cada funcionário ou cada dirigente» para o exercício das suas funções «e cada organismo deve beneficiar de um veículo para passar-se a considerar que os veículos devem ser geridos numa ‘pool’, de uma forma integrada e que o acesso a esses veículos deve ser feito de uma forma eficiente e com critérios de gestão».
«A mobilidade elétrica conjugada com a gestão partilhada de frotas na Administração Pública traduzir-se-á numa poupança estimada de 50 milhões de euros», afirmou o Ministro. Refira-se que o Estado tem uma frota de quase 27 mil veículos, com uma idade média de 14 anos, sendo que apenas 9% tem menos de quatro anos e apenas 7% tem uma média de emissões abaixo das 100g/km de CO2.
A gestão partilhada da frota da administração pública e a mobilidade elétrica e sustentável «não é um luxo, quer a nível ambiental, quer a nível económico: «Estamos perante uma verdadeira revolução tecnológica. A mobilidade elétrica será em muito pouco anos o grande padrão da mobilidade», afirmou Jorge Moreira da Silva, acrescentando que «Portugal tem competências, tecnologia, empresas, instituições e cidadãos conscientes para fazer da mobilidade elétrica uma aposta incontornável».
O Ministro referiu também que «até ao final do ano vão ser instalados 49 pontos de carregamento rápido para veículos elétricos nas autoestradas e nas vias rápidas em Portugal», os quais terão uma distância inferior a 50 quilómetros. «Com a instalação dos 49 pontos de carregamento rápido é a dimensão da segurança do abastecimento dos veículos elétricos que está a ser melhorada».
O Programa de Mobilidade Sustentável 2015-2020 estipula como objetivo reduzir em 20% as emissões de CO2 dos automóveis do Estado até ao princípio da próxima década. A aquisição das 1200 viaturas representa um investimento de 41,5 milhões de euros até 2020, que será compensado com a poupança de 50 milhões de euros em gastos com combustível e através de uma gestão mais eficiente do parque de veículos do Estado.