Assembleia da República, 26 novembro 2014
 
2014-11-26 às 18:02

PRECISAMOS DE UM «QUADRO DE INVESTIMENTO SELETIVO NO CONHECIMENTO, NA POLÍTICA INDUSTRIAL E NA ECONOMIA VERDE»

A «verdadeira estratégia pós-troika implica responsabilidade orçamental, reformas estruturais e um quadro de investimento seletivo» em três áreas estratégicas: «o conhecimento, a política industrial e a economia verde», afirmou o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, na apresentação da proposta de lei sobre a reforma da fiscalidade verde, na Assembleia da República.

«Foi neste contexto, de aposta no crescimento verde, que decidimos avançar com o processo de reforma da fiscalidade verde», afirmou o Ministro, acrescentando dois motivos principais para esta decisão:

Em primeiro lugar, «porque é necessário melhorar a eficiência na utilização de recursos, reduzir a dependência energética do exterior, e induzir padrões de produção e de consumo mais sustentáveis, reforçando a liberdade e responsabilidade dos cidadãos e das empresas», explicou Jorge Moreira da Silva.

Em segundo lugar, «a reforma fiscal verde insere-se num objetivo mais abrangente de promoção de uma política fiscal mais alinhada com os objetivos de crescimento e de emprego», acrescentou o Ministro, realçando: «Temos de ousar romper com visões conservadoras que nos acompanham há demasiado tempo. É tempo de assumir uma resposta estrutural para problemas estruturais».

«É fundamental que todos nos empenhemos na discussão e no apoio ao compromisso para o crescimento verde que se encontra em discussão pública, e que projeta objetivos e iniciativas para o curto-prazo, mas também para 2020 e 2030», acrescentou ainda.

Reafirmando que «a fiscalidade verde não aumenta impostos, antes os substitui», o Ministro explicou também que «a neutralidade fiscal nunca foi uma mera hipótese, mas sempre um pressuposto que se verificou». «Sem a garantia de neutralidade fiscal, não haveria reforma da fiscalidade verde».

«Esta não é uma reforma projetada apenas para 2015, e por isso é apresentada num diploma autónomo ao próprio Orçamento de Estado», referiu também Jorge Moreira da Silva.

E concluiu: «A neutralidade fiscal terá de ser concretizada todos os anos. De futuro, a estratégia anual de reciclagem da receita gerada a partir da fiscalidade verde deverá contribuir, não apenas para o desagravamento dos impostos sobre o rendimento do trabalho e das famílias (como em 2015), mas também para a atribuição de créditos fiscais às empresas, em investimentos de eficiência energética».

Tags: impostos, energia, reformas estruturais, crescimento, emprego, ambiente, investimento, sustentabilidade, economia verde