«Produzir verde é ganhar valor económico, consumir verde é
poupar», afirmou o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território
e da Energia, Jorge Moreira da Silva, no encerramento da
conferência «Mobilizar Portugal para a economia verde», em
Lisboa.
Lembrando que «faltam oito meses para terminar o programa de
assistência económica e financeira», o Ministro sublinhou que «é
indispensável que se identifiquem áreas estratégicas para lá das
reformas já feitas e da consolidação orçamental».
Assim, «na fase pós-troika, precisamos de valorizar os recursos
naturais» e «de focar a nossa atenção no crescimento verde», que «é
uma área onde já fizemos grandes apostas nas infraestruturas e na
qualificação de recursos humanos, e onde há procura», referiu Jorge
Moreira da Silva.
«A economia verde tem potencialidades para um mega-cluster,
envolvendo vários sectores e sendo capaz de gerar emprego»,
sublinhou o Ministro, ressalvando que «a meta aqui deve ser sempre
a do desenvolvimento sustentável».
O Governo quer «uma verdadeira coligação para o crescimento
sustentável que dure para lá do curto/médio prazo» e «há ainda que
ter em mente que vem aí um novo quadro comunitário para 2014-2020,
onde o crescimento verde é prioritário», realçou.
«Existe agenda europeia para esta área, desde que a Europa opte
por usar a crise como alavanca para promover a economia verde, e o
único caminho sustentável é este», afirmou o Ministro, explicando
que é por este motivo que «as metas para o clima e para a energia
para 2030 se tenham já começado a discutir» entre os
Estados-membros.
«Por motivos de responsabilidade, a Europa deve dar ao mundo o
exemplo; por razões de previsibilidade, as empresas precisam de um
padrão de crescimento verde para desenvolverem as suas atividades
nesta área; e por uma questão de oportunidade, a economia verde tem
um crescimento anual médio de 4%, sendo este o único setor capaz de
duplicar o emprego na próxima década», referiu Moreira da
Silva.
E concluiu: «Portugal tem-se batido nas negociações europeias,
sobretudo pela meta das interconexões energéticas, tendo cada vez
mais apoios na posição que defende. Isto é essencial se queremos
uma Europa com baixo custo de energia, descarbonizada, e com
segurança no abastecimento».