«Temos de ter melhores mecanismos que promovam a transferência de conhecimento do nosso sistema científico para as empresas e retirar valor económico daquilo que o nosso sistema científico produz», afirmou o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, pelo que «é muito importante reforçar o número de doutorados nas empresas, uma vez que, em Portugal, este número é muito baixo». Estas declarações foram feitas em Cantanhede, após a inauguração da ampliação do laboratório da empresa Crioestaminal.
«É fundamental que o País tire partido do crescimento da capacidade do seu sistema científico e apoie a inserção de mais doutorados nas empresas», sublinhou o Ministro, referindo ainda: «Em 2015, o Governo quer promover o aumento muito substancial do número de doutorados nas empresas, pelo que vai lançar concursos alicerçados em fundos europeus com esta finalidade».
Miguel Poiares Maduro acrescentou também que «os primeiros concursos, prioritários no âmbito do quadro comunitário de apoio Portugal 2020, serão lançados em 2015, não só para aumentar o número de doutorados mas também para promover o número de patentes, atualmente muito baixo». «O nosso sistema científico evoluiu positivamente, mas não ao nível da transferência de conhecimento desse sistema científico para as empresas».
Questionado pelos jornalistas sobre se o baixo número de doutorados nas empresas portuguesas se deve a questões remuneratórias, o Ministro afirmou: «A justificação decorre da cultura científica e empresarial existente no País. Muitas vezes, não estamos suficientemente alerta e disponíveis para transformar em valor económico aquilo que é produzido cientificamente».
«O País também não é suficientemente aberto para entender o valor da aposta na investigação e desenvolvimento, para além da importância de relacionar as empresas com o sistema científico», referiu também.
Miguel Poiares Maduro anunciou «a criação de outros mecanismos que possam promover a transferência de resultados de projetos de investigação científica para empresas, como vales de apoio a projetos de jovens empreendedores ou pequenas empresas, com valores mais baixos e uma lógica simplificada, em relação aos concursos a abrir no âmbito do Portugal 2020».
«Os vales são mecanismos muito simplificados e têm um conjunto de condições que, se forem imediatamente preenchidas, se transformam automaticamente nesse apoio por parte dos fundos europeus», explicou o Ministro.
E concluiu: «Uma das novidades do Portugal 2020 é facilitar o acesso aos fundos nalgumas matérias através de instrumentos específicos, cujo valor será ainda definido em regulamento pelo Governo».