Portugal «já controla o seu próprio destino» e está em condições
de «decidir a melhor forma de aceder aos mercados e completar as
reformas», afirmou o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento
Regional, Miguel Poiares Maduro, ao diário espanhol El Pais.
Contudo, ainda «há muitos obstáculos no caminho» e «os
sacrifícios não acabaram», pois é preciso «continuar com a
disciplina orçamental, mas as perspetivas são boas».
Afirmando que «está a começar a recuperação e a uma velocidade
superior à que tínhamos imaginado», o Ministro acrescentou que «é
tanto uma recuperação como uma mudança estrutural na forma da nossa
economia», agora «dirigida pelas e às exportações».
Aliás, «primeira vez, em décadas, há perspetiva de crescimento
sustentável», sublinha, recordando que Portugal não tinha
excedentes comerciais nas décadas mais recentes.
Miguel Poiares Maduro garantiu que não «haverá novo programa» e
que «a avaliação internacional das reformas tem sido muito
positiva», mas «o dano causado pela crise não nos permite
recuperação de um dia para o outro», pelo que «continuamos muito
comprometidos com as obrigações contraídas».
Apesar das reformas realizadas, e que já deram frutos, «há
várias reformas que estão por concluir», «sobretudo as que afetam a
estrutura do Estado, que não podiam ser feitas no pico da crise»,
nas quais haverá novidades nas próximas semanas.
Contudo, há algumas áreas nas quais «não estamos em altura de
poder agir», apesar de ser cada vez mais «difícil contratar gente
válida para a administração porque os salários não são competitivos
face ao setor privado».