Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, 12 março 2014
 
2014-03-12 às 11:37

PORTUGAL JÁ PERCORREU UM CAMINHO IMPORTANTE E A PRIORIDADE NO PÓS-TROIKA SERÁ O INVESTIMENTO

«Estamos otimistas, apesar dos desafios que permanecem pela frente», afirmou o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, acrescentando: «Percorremos um caminho importante, que está mais avançado do que pensávamos que estaríamos neste momento». Estas declarações foram feitas num pequeno-almoço da Câmara Hispano-Portuguesa, em Madrid.

Lembrando alguns dos principais dados macroeconómicos, o Ministro referiu «a correção do défice e do défice primário, o excedente da balança corrente pela primeira vez em 40 anos, e um saldo excedentário da balança de bens e serviços. Tudo isto demonstra que a recuperação económica está relacionada com mudanças estruturais da economia».

«Criámos a base para um novo modelo de crescimento económico em Portugal, baseado nas exportações. Trata-se de muito mais do que de um momento de viragem conjuntural», sublinhou Miguel Poiares Maduro, explicando que «os dados permitem a Portugal iniciar um segundo ciclo, que incluirá novas reformas estruturais, apostando agora em questões como a modernização administrativa, a simplificação regulatória e a reforma do Estado».

O Ministro afirmou ainda que «está a criar-se a perceção externa de que Portugal é, novamente, um país credível na Europa e que - pela trajetória que teve nestes últimos anos - está numa posição de poder mediar entre várias posições». E exemplificou, com a opção na União Europeia (UE) sobre disciplina orçamental, ou a promoção do crescimento económico e poder.

«Em particular, é preciso corrigir desigualdades inaceitáveis nos custos de financiamento entre as empresas ibéricas e as de outras regiões europeias», realçou Miguel Poiares Maduro.

Referindo-se ao fim do programa de ajustamento no próximo mês de maio, o Ministro afirmou: «Este momento não significa o fim da disciplina orçamental, mas um novo ciclo em que a prioridade das prioridades tem que ser o regresso do investimento».

Para este processo, acrescentou, «contribuirá o próximo ciclo de fundos europeus (correspondente ao Portugal 2020), e a tónica será colocada na internacionalização da economia e na sua transformação para a basear no setor de bens e serviços transacionáveis e exportáveis».

«As empresas serão o principal destinatário. Vão poder, mais que no passado, utilizar estes fundos para aumentar a sua competitividade, mudar a sua estrutura, melhorar os seus recursos humanos, investir na inovação e na investigação». «O Governo pretende também reforçar a promoção do capital humano, a inclusão social e o emprego, e o uso eficiente de recursos, procurando uma economia mais competitiva e coesa».

«Apoiar a ciência e a transferência de conhecimento para as empresas, redução dos custos de contexto das empresas e o reforço do capital humano serão outras das apostas». «As infraestruturas não vão ser prioridade, Portugal já está acima do nível médio da UE. Mas as que vamos apoiar são as instrumentais à nossa competitividade, que reduzam custos de transporte, por exemplo».

Miguel Poiares Maduro destacou ainda as «amplas trocas comerciais entre Portugal e Espanha», lembrando que «a relação bilateral é hoje marcada pela grande integração, com o ganho de um a ser o ganho do outro». E lembrou: «Em 2013, as exportações portuguesas para Espanha cresceram, num contexto de grande dinamismo do mercado exportador português».

Referindo-se a um manifesto de personalidades defendendo a reestruturação da dívida, o Ministro afirmou: «A simples circunstância de se falar de reestruturação da divida é total irresponsabilidade, ainda mais, num momento em que o País se prepara para regressar plenamente aos mercados».

«A forma responsável de reduzir o peso da dívida em Portugal é fazer o que o Governo tem vindo a fazer: consolidação orçamental, redução de taxas de juro em virtude desta mesma consolidação orçamental, e estender as maturidades da dívida». «Para conseguir estes objetivos, a credibilidade internacional é muito importante, e debates a sobre reestruturação da dívida reduzem esta credibilidade», concluiu.

Tags: espanha, economia, reformas estruturais, programa de assistência económica e financeira, crescimento, exportação, reforma do Estado, investimento, empresas, portugal 2020, fundos europeus, união europeia, inovação, competitividade, ciência