Lei das finanças locais, 19 novembro 2013
 
2013-11-19 às 12:29

GOVERNO PAGOU 2000 MILHÕES DE EUROS DE DÍVIDAS DO ESTADO EM 2012

O Estado pagou dois mil milhões de euros de dívidas em atraso em 2012, afirmou o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, referindo-se a notícias de crescimento da despesa, publicadas na imprensa. «Na realidade, do que se trata é do pagamento de dívidas em atraso, ou seja, despesas incorridas em anos anteriores que foram pagas por este Governo no ano passado». Estas declarações foram feitas na conferência organizada pela rádio TSF sobre a nova lei das finanças locais, em Lisboa.

«Só na saúde, são mais de 1500 milhões de euros - referiu o Ministro -; portanto, não houve um aumento da despesa por este Governo, ao contrário do que infelizmente se disse». «Ao longo do período em que este Governo tem estado em funções, a redução da despesa em bens e serviços tem sido enorme, como demonstram mais 16% de redução em matéria de consumos intermédios», acrescentou.

Sobre a nova lei das finanças locais, que serviu de mote à conferência, o Ministro afirmou que o diploma se insere «num processo mais amplo de reformas no Estado que tem vindo a ser empreendido pelo Governo, abrangendo - por um lado - o mapa e o modo de organização do poder autárquico e - por outro - o enquadramento orçamental».

Referindo-se às mudanças introduzidas pela nova lei, o Ministro destacou «o facto de ela alterar de forma significativa o paradigma das receitas autárquicas». «A nova lei liberta as autarquias de uma excessiva dependência do mercado imobiliário, reestruturando as fontes de receita, ao mesmo tempo que as torna mais transparentes».

Miguel Poiares Maduro acrescentou que a nova lei «reforça os meios das freguesias, adequando-os às suas novas competências» para além de que «introduz mecanismos de estímulo financeiro ao aprofundamento da intermunicipalidade». «Os impostos locais aumentam em volume e adquirem maior peso nas receitas próprias, determinando uma menor dependência das transferências orçamentais», explicou.

«O novo paradigma de receita autárquica representa, por tudo isto, um ganho de autonomia local, porque os autarcas respondem perante os eleitores pelas decisões que determinam o volume de receita», sublinhou o Ministro.

Outro aspeto realçado por Miguel Poiares Maduro é que «a nova lei aumenta de forma significativa o nível de exigência e transparência na prestação de contas, designadamente por via do alargamento do perímetro de consolidação ao nível municipal e intermunicipal».

Com o mesmo objetivo [de reforçar a transparência da gestão dos órgãos do poder local], «o Governo vai lançar um Portal de Transparência Autárquica em que qualquer cidadão, de forma simples e intuitiva, pode aceder a toda a informação financeira relativa ao seu município» sendo esta «mais uma ferramenta para promover uma cidadania informada», acrescentou o Ministro.

«Um terceiro aspeto a destacar é que a nova lei participa da nova cultura de exigência em matéria de disciplina financeira que o Governo tem promovido a todos os níveis do Estado», afirmou Miguel Poiares Maduro, referindo que «é neste sentido que vão as novas regras de sustentabilidade financeira e os limites de endividamento das autarquias». Ao mesmo tempo, «reforçam-se consideravelmente os mecanismos de reporte e monitorização, e melhorou-se o sistema de alerta precoce para casos de sobreorçamentação da receita».

O Ministro lembrou que «fica a faltar uma peça importante» ou seja «a regulação dos mecanismos de intervenção para recuperar as autarquias em forte desequilíbrio financeiro». Assim, «nos próximos três meses, deverá ser produzida legislação, incluindo a regulamentação do fundo de apoio municipal, já previsto na lei das finanças locais».

«Quisemos também inaugurar uma nova lógica de incentivo a uma gestão autárquica mais virada para a criação de condições, para o crescimento económico e para a competitividade», afirmou Miguel Poiares Maduro, explicando que assim se «abriu o caminho à possibilidade de aproveitamento de parte do adicional de IMI dos dois próximos anos na utilização do novo quadro de fundos europeus [Portugal 2020]».

«As reformas no poder local não terminam com a lei das finanças locais. Aproximar as políticas públicas dos cidadãos, foi um dos objetivos essenciais que visámos, com a definição das novas competências das autarquias locais e das entidades intermunicipais. Foi isto que balizou a nova lei de finanças locais», sublinhou o Ministro, lembrando que 2014 «será um ano crítico, no sentido da descentralização» sendo que «o essencial das ações neste domínio ocorrerá com o programa Aproximar».

Governo pagou 2000 milhões de euros de dívidas do Estado em 2012 Tags: orçamento, união europeia, administração local, finanças, dívida, crescimento, competitividade, cidadania, reforma do Estado