Assembleia da República, 7 novembro 2011
 
2013-11-07 às 17:32

«NÃO PODEMOS DESPERDIÇAR TODO O ESFORÇO FEITO ATÉ AGORA»

«O pior já passou. Não podemos desperdiçar todo esforço feito até agora», afirmou o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, na audição das Comissões de Orçamento, de Economia, de Poder Local e de Cidadania e Comunicação no  debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2014, na Assembleia da República. «Com este Orçamento viramos uma página», acrescentou.

O Ministro destacou também que os fundos comunitários «serão, nos próximos anos - vedado que nos está o retorno aos défices externos -, o essencial daquilo que este ou qualquer Governo disporá para apoiar o investimento e a atividade económica em geral. Não nos perdoaríamos se queimássemos tempo e recursos, numa altura em que a recuperação do investimento se reveste de uma importância crucial não só para a expansão da atividade económica no curto prazo mas, sobretudo, no médio e longo prazo. Não o faremos».

O Governo vai conseguir antecipar a mobilização dos fundos - «não haverá neste período de transição entre o QREN e o novo quadro de programação, Portugal 2020, quebra de fluxos de fundos para a economia portuguesa». Segundo o Ministro, «no segundo semestre do próximo ano estaremos já a canalizar para a economia portuguesa fundos do novo quadro europeu».

«O fundamental é a mudança de paradigma: não é o financiamento que deve estar na origem nos projetos mas devem ser os bons projetos a justificar o financiamento. É isto que explica nomeadamente a aposta nos financiamentos reembolsáveis», afirmou Miguel Poiares Maduro.

O Ministro afirmou também que «a principal prioridade do Portugal 2020 será a competitividade da nossa economia. É uma aposta clara na criação de riqueza e na criação de emprego. Por isso, o Programa Operacional da competitividade e internacionalização será o mais dotado de entre todos os Programas Operacionais» com «uma dotação superior a 40% dos fundos da política de coesão».

Sobre a taxa de execução dos fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), Miguel Poiares Maduro afirmou que está nos 68,2%, sendo de 23,7% quando o Governo tomou posse: «A melhor taxa de execução da União Europeia» sublinhou o Ministro, lembrando que o Governo - em apenas dois anos em funções - garantiu dois terços da execução dos fundos comunitários.

Miguel Poiares Maduro referiu também, acerca do orçamento para 2014, que «o orçamento das administrações locais evolui para um paradigma de maior autonomia na receita: o aumento da receita dos municípios e freguesias com impostos locais compensa ou supera a diminuição da receita do Orçamento do Estado para 2014».

O Governo «vai continuar o esforço de equilíbrio financeiro das autarquias locais», bem como «aprofundar a descentralização, com o programa Aproximar». Com este objetivo, «foi identificado um amplo leque de competências nas áreas da educação, saúde, cultura e segurança social, suscetíveis de serem descentralizadas», referiu o Ministro.

Sobre a RTP, Miguel Poiares Maduro referiu que «o tempo é de mudança e de maior proximidade ao cidadão». A proposta de Orçamento para 2014 consagra o fim da indemnização compensatória, assegurando um «novo paradigma de financiamento, por forma a garantir maior transparência e independência do poder político». Em 2014 o serviço público será apenas financiado pela Contribuição para o Audiovisual, que terá o seu valor atualizado.

Durante a audição, reafirmou ainda que «2014 será o ano da entrada em vigor do novo contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão, que prepara a RTP para prosseguir a prestação desse serviço no contexto de um novo mercado audiovisual», posicionando-a como «regulador de qualidade no mercado e dinamizador do mercado audiovisual independente». Miguel Poiares Maduro afirmou ainda que o banco de ideias que o Governo promoveu no Portal do Governo para discutir a proposta de Contrato de Concessão da RTP tem sido um sucesso, com mais de 100 contributos recebidos até ao momento.

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