Conferência The Economis, 18 fevereiro 2014
 
2014-02-18 às 12:55

«O TRABALHO REFORMISTA É UM TRABALHO CONTÍNUO»

Portugal teve «anos intensos de reforma, embora haja muito trabalho pela frente», afirmou o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, na conferência The Lisbon Sunnit, organizada pela The Economist, em Cascais. «O trabalho reformista é um trabalho contínuo. A solução é simples, reformar, reformar, reformar», afirmou acrescentando que «o mais difícil é executar» as reformas.

Recordando que os memorandos de entendimento do Programa de Assistência Económica e Financeira previam centenas de medidas de reforma para as finanças públicas e a economia, o Secretário de Estado afirmou que «o grande desafio» de Portugal foi a consolidação das contas públicas e a sua conjugação com as reformas estruturais.

O Governo «conseguiu, nestes dois anos e meio, executar cerca de 400 medidas, e muitas outras foram adotadas para além do memorando» - o que faz de Portugal um dos países mais reformistas da Europa -, o que representa um «grande trabalho reformista cujos resultados começam a ser visíveis».

Carlos Moedas referiu que «não nos deve surpreender o facto de os governos estarem sempre a adiar as reformas. Muitos dizem que tivemos uma década perdida, mas foi duplamente perdida pelo facto de se adiarem as reformas necessárias à economia.

«Um reformista tem que ser alguém que consegue ser paciente e impaciente ao mesmo tempo: paciente porque os frutos das reformas nunca são imediatos, e impaciente porque todos os dias tem de se levantar e pensar no que pode melhorar e pensar em novas reformas», afirmou, citaando o ex-Primeiro-Ministro italiano Mario Monti.

Durante vários anos, Portugal não teve «os incentivos certos» para fazer as reformas necessárias, afirmou o Secretário de Estado, embora existissem outros países europeus que, tal como Portugal, estavam a adiar as reformas reformas estruturais necessárias. «Numa Europa economicamente integrada, as reformas que um país empreende ou adia acabam por afetar outros países». «Também um problema de competitividade de um país tem o potencial de afetar o grupo como um todo, ou seja, a ausência de reformas de um país cria externalidades negativas para os outros países», afirmou ainda.

Tags: economia, reforma, reformas estruturais, reforma do Estado, programa de assistência económica e financeira