«As reformas estruturais marcam o ponto de viragem da economia
portuguesa», afirmou o Secretário de Estado Adjunto do
Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, em entrevista ao Financial Times,
em Washington.
«Olhando para os dois últimos anos e meio, vemos um país que foi
capaz de produzir cerca de 400 medidas ou ações relacionadas com a
estrutura da sua economia», acrescentou o Secretário de Estado,
explicando que «é através disto que retomaremos o crescimento» e
que este «não se decreta por lei, nem se consegue por artes
mágicas».
Carlos Moedas sublinhou ainda que «Portugal conseguiu fazer as
reformas acertadas no tempo devido». E exemplificou: «Nos serviços
administrativos - que são um setor muito importante em toda a
Europa, dada a sua estreita relação com a produtividade -, Portugal
produziu 60 diplomas legislativos com o objetivo de abolir
obstáculos para aumentar a eficiência das transações entre
empresas». «Deste ponto de vista, Portugal é um caso a seguir».
Assim, referiu o Secretário de Estado, «o melhor que o Governo
pode fazer é empreender nas reformas estruturais para assegurar que
o País torna a uma trajetória de crescimento».
Quanto à elevada taxa de desemprego que Portugal regista, apesar
de reconhecer que esta é a consequência social mais grave do
programa de ajustamento, Carlos Moedas lembra que «não é o Governo
que cria empregos, mas as empresas. Só que, para isto, é necessária
estabilidade e desburocratização».
E concluiu: «Se apostarmos nas reformas estruturais, os
resultados acabarão por surgir».