Feira do Fumeiro, 23 janeiro 2015
 
2015-01-23 às 16:14

COMPRA DE DÍVIDA PELO BCE DESTINA-SE A COMBATER OS RISCOS DE DEFLAÇÃO E ESTAGNAÇÃO DA ZONA EURO

O Primeiro-Ministro afirmou o seu acordo com a decisão do Banco Central Europeu comprar mensalmente 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada de março de 2015 a setembro de 2016. Pedro Passos Coelho acrescentou que «esta é uma intervenção que se aguardava na medida em que a Europa em geral, mas sobretudo a zona Euro, está a correr riscos de deflação», isto é da baixa generalizada de preços.

O Primeiro-Ministro, que falava em Montalegre, onde visitou a Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso e o Espaço Cidadão na localidade de Salto, disse ainda que «nós estamos a chegar a um período de deflação e isso não nos interessa» pois tem causado a quase estagnação da economia da zona euro, o que a coloca perante um «desafio muito grande». «O BCE, que é a quem compete dirigir a política monetária, vai intervir no mercado justamente para evitar que uma situação de deflação se mantenha».

Pedro Passos Coelho afirmou também que «este financiamento do BCE não é para os Governos nem para os Estados, é para os bancos e para a economia». «O BCE - ao contrário do que algumas pessoas defendiam - não alterou o seu mandato, os seus estatutos, ou o seu objetivo, que é de política monetária e não está a financiar os Estados: está a financiar os bancos e a economia».

O Primeiro-Ministro referiu que «o objetivo da intervenção do BCE não é expandir a capacidade dos orçamentos dos Governos»: «Se estivéssemos a confundir esta ação com uma ação de financiamento dos Governos o que acontecia é que teríamos a confiança na zona euro minada e o objetivo que se pretenderia atingir seria colocado em causa».

Pedro Passos Coelho disse ainda que nunca se tinha manifestado «contra o programa do BCE, antes pelo contrário», acrescentando que «esta era uma intervenção aguardada que está a ocorrer dentro daquilo que é o estatuto e o mandato do BCE».

Acerca da execução orçamental do ano de 2014, o Primeiro-Ministro afirmou-se «de consciência tranquila, porque sei que o Governo fez o que era necessário para que o défice fosse cumprido e eu tenho muita confiança dos indicadores que já disponho». «Os indicadores apontam para que o objetivo do défice tenha sido alcançado e para que Portugal tenha honrado as metas a que se tinha comprometido, o que é muito importante para os portugueses».

Respondendo a perguntas de jornalistas sobre a venda da PT Portugal à multinacional Altice, Pedro Passos Coelho, sem «comentar o desfecho de um negócio que é privado», afirmou esperar que a empresa «possa finalmente ter condições para reencontrar um caminho de estabilidade acionista e de gestão para poder continuar a prestar bons serviços à economia portuguesa».

O Primeiro-Ministro afirmou também que «é importante para uma grande empresa portuguesa, como é a PT, que haja estabilidade acionista, estabilidade em termos de administração, porque mesmo uma boa empresa como é a Portugal Telecom precisa de ter um corpo acionista estável e uma liderança garantida pela administração».

Feira do Fumeiro de Montalegre
Primeiro-Ministro visitou Espaço do Cidadão Tags: primeiro-ministro, orçamento, zona euro, défice, banca, telecomunicações