«Temos registado um crescimento moderado, mas sustentado, sem
agravamento da dívida externa», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro
Passos Coelho, no debate quinzenal, na Assembleia da República,
subordinado ao tema «questões de relevância política, económica e
social».
Referindo-se aos dados económicos e sociais registados ao longo
de 2014, e sobre as tendências para o ano que vem, o
Primeiro-Ministro acrescentou que este crescimento é «apoiado em
contas externas positivas, mas também em exportações, que mantêm
tendência positiva, apesar do ambiente presente nem ser o mais
favorável».
«Observa-se ainda uma recuperação da procura interna, sem por em
causa o equilíbrio externo», afirmou também Pedro Passos Coelho,
acrescentando que o investimento «tem vindo a retomar, estando a
ser dirigido para setor transacionável da economia, enquanto o
consumo privado tem vindo a retomar, em linha com a redução do
desemprego, bem como da poupança interna». Ou seja, «o aumento do
consumo privado não está a ser feito à custa do endividamento
externo do País».
O Primeiro-Ministro referiu ainda que Portugal tem hoje «uma
economia mais aberta e competitiva, o que perspectiva uma
recuperação económica sustentada e saudável». Por estes motivos,
Pedro Passos Coelho realçou: «Assinalamos que o fim do programa
assistência económica e financeira não significa o retorno às
políticas antigas, que conduziram País ao estado de
pré-bancarrota».
«O nosso principal desafio para o futuro reside na redução do
desemprego, cuja taxa se mantém muito elevada», afirmou o
Primeiro-Ministro, acrescentando que «o emprego que se tem criado
é, no essencial, progressivamente menos precário, sendo feito
maioritariamente pelo setor privado», o que por sua vez resulta de
uma «consequência positiva das políticas ativas de emprego»
promovidas pelo Governo ao longo desta legislatura.
Em relação ao sistema financeiro, Pedro Passos Coelho referiu
que «o sistema bancário fornece hoje maior liquidez, o que por sua
vez permite uma melhoria das condições de financiamento para as
empresas».
No plano social, o Primeiro-Ministro sublinhou «a necessidade de
corrigir as assimetrias existentes». Ainda assim, e apesar de «o
risco de pobreza, no geral, ter aumentado, entre os idosos este
risco diminuiu, o que se deve - em grande parte - à coesão social
existente no País».
«A crise não agravou as desigualdades, e os dados do Eurostat
comprovam que a principal quebra dos rendimentos ocorreu entre
aqueles que auferem mais, o que comprova que o Governo chamou
aqueles que tinham mais condições para contribuir a um esforço
maior», acrescentou Pedro Passos Coelho.
Lembrando o novo quadro de fundos europeus que agora se inicia,
o Primeiro-Ministro disse que «estes instrumentos, decorrentes do
Portugal 2020, possibilitarão o fomento dos investimentos que estão
já no terreno, e que conduzirão também ao robustecimento do poder
de compra dos portugueses».