«Uma sociedade, uma economia precisa de direção estratégica», e
essa orientação «existe e está a apresentar resultados», afirmou o
Primeiro-Ministro no jantar da conferência das 100 Maiores e
Melhores Empresas da Madeira, no Funchal. Pedro Passos Coelho
acrescentou que, contudo, «precisamos de um amplo entendimento
social coletivo» em torno desta orientação.
Sem esta orientação estratégia, Portugal «lança-se numa aventura
que não tem qualquer destino e por melhor que possa remar, por mais
orientações e inputs novos que coloque para a
bimby das previsões económicas (…) andará completamente à
deriva, sem saber para onde caminhará», afirmou o
Primeiro-Ministro.
Mas Portugal também necessita do envolvimento de toda a
sociedade, o que «depende do Governo, das empresas, das famílias,
instituições, sociedade civil, sindicatos», e outras entidades, uma
vez que os resultados económicos «ainda são demasiado magros»,
disse Pedro Passos Coelho.
Referindo que o País tem conseguido apresentar resultados
positivos, «embora ainda tenha um longo caminho a percorrer». «Não
temos uma autoestrada à nossa frente, temos um caminho
relativamente estreito», afirmou o Primeiro-Ministro, acrescentando
ser necessário «começar a responder de forma categórica à fraca
demografia», pois Portugal é um dos países com maior taxa de
decréscimo populacional do espaço europeu.
Pedro Passos Coelho acrescentou que «fazemos ponto de honra que
2015 seja o ano em que Portugal fica com um défice abaixo de 3%,
isto é que o nosso País deixe de ter um défice excessivo». 2015
«será o terceiro ano em que teremos um excedente primário, quer
dizer que se não contarmos com o peso da dívida e o custo que ela
tem, o Estado já estará a realizar poupanças que permitem diminuir
o stock da dívida e, portanto, pagar menos juros no
futuro», acrescentou. Contudo, sublinhou, o País «precisa
concentrar-se em crescer mais do que está previsto».
O Primeiro-Ministro afirmou também que o Governo não pode ser
acusado «de não governar», uma vez que «tem assumido todas as suas
responsabilidades de governação». Mas é também importante que «o
diálogo entre partidos, como também entre o Governo e a oposição,
seja o mais construtivo possível». Não sendo preciso «estarem todos
de acordo, nem elogiarem-se uns aos outros», deve haver «um diálogo
construtivo e compromissos para futuro».
«Nessa medida, continuo a mostrar-me inteiramente disponível e
interessado em ajudar a aprofundar com os partidos da oposição», e
sobretudo «com o maior partido da oposição, todo o diálogo que for
importante para os portugueses», referindo-se às matérias fiscais
(IRS e fiscalidade verde) propostas pelo Governo à Assembleia da
República, desejando que «esse diálogo possa ser útil e profícuo e
possamos, ainda antes das eleições, gerar entendimento sobre
matéria importante para todos os portugueses e não apenas para o
Governo».