«O setor agrícola é fortemente exportador e criador de riqueza,
podendo ter futuramente, um crescimento ainda maior», afirmou o
Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, na feira agrícola do Vale
do Sousa (Agrival), em Penafiel.
«Espero que a minha visita, depois desta crise grave por que
passámos, mostre que este setor foi muito importante para nos
ajudar a vencer as dificuldades», acrescentou o Primeiro-Ministro,
referindo ainda que «o dinamismo grande da Agrival é bem uma prova
de que o País tem na agricultura um parceiro importante de
crescimento».
E explicou: «É um setor que traz melhor rendimento e que atrai
mais jovens, muitos mais qualificados do que antigamente». «No que
diz respeito à balança alimentar do País, a agricultura tem também
uma grande importância, e nas exportações contribui para gerar
emprego e rendimento».
«Muitos daqueles que acreditavam que este era um setor em
remissão tiveram oportunidade de constatar que, nestes três anos,
apesar da crise que vivemos, todo o setor agrícola foi daqueles que
registou um desenvolvimento mais dinâmico e notado, com criação de
postos de trabalho e valor acrescentado», afirmou Pedro Passos
Coelho.
Assim, «todos os agricultores devem aproveitar o novo ciclo de
financiamento europeu, utilizando - pelo menos - tão bem os
recursos disponíveis como até aqui», realçou o Primeiro-Ministro,
acrescentando: «Se fizerem os investimentos necessários, poderão
ajudar o País a crescer e exportar mais».
Na inauguração da Casa do Vinho, em Valpaços, Pedro Passos
Coelho referiu que «o orçamento retificativo não contempla matéria
de natureza fiscal, mas serão precisos ajustamentos para
reorganizar a despesa dentro do Estado».
«Não está, em sede de orçamento retificativo, em cima da mesa,
matéria de natureza fiscal». «Parece-me que a meta que tínhamos
definido de 4% para este ano é alcançável, precisa de alguns
ajustamentos dentro do nosso orçamento, na medida em que há algumas
rubricas que têm um peso maior do que tínhamos previsto em
consequência de decisões que não fomos nós que tomamos, e isto irá
obrigar a reorganizar a despesa dentro do Estado», afirmou o
Primeiro-Ministro.
E acrescentou: «Saber o que vai acontecer no orçamento para 2015
para fazer face às decisões que o Tribunal Constitucional adotou em
matéria de sustentabilidade da Segurança Social é uma matéria que
ainda não tomamos».
«O Governo não tem nenhuma vontade de aumentar os impostos. Não
há nenhum Governo que goste de aumentar impostos e, este em
particular, não gosta mesmo. Se o fizermos, é porque não há outra
possibilidade de atingir as nossas metas».
Mas «esta é uma discussão que ainda não foi travada, portanto
não posso estar a dar azo a especulações que possam existir ou
simplesmente exercícios teóricos sobre o que pode vir a ser 2015,
na medida em que precisamos de ter melhor informação da execução de
2014 para podermos projetar estas contas», explicou Pedro Passos
Coelho.
«O Governo tem feito um combate muito forte às gorduras do
Estado, quer no domínio das parcerias público-privadas, nas
fundações ou das rendas da energia, que permitiram baixar a despesa
do Estado», lembrou.
E concluiu: «Os políticos mantiveram um corte acima de todos os
outros de 5% nos salários. No meu gabinete as despesas correntes
diminuíram mais de 30%, comparado com os gabinetes anteriores».