A decisão do Conselho Europeu de propor Jean Claude Juncker ao
Parlamento Europeu como candidato a Presidente da Comissão Europeia
«deixa-me particularmente feliz», afirmou o Primeiro-Ministro na
conferência de imprensa no final da Cimeira de Chefes de Estado ou
de Governo da União Europeia, em Bruxelas.
Pedro Passos Coelho acrescentou: «Creio que ficamos em ótimas
mãos».
Referindo que o antigo Primeiro-Ministro luxemburguês é «um
líder político experiente», «com um profundo conhecimento da
Europa», «fortes preocupações sociais» e, «também - e o que não é
pouco -, um verdadeiro amigo de Portugal», o Primeiro-Ministro
disse Juncker «conseguiu um apoio praticamente consensual da parte
dos Estados-membros» (exceções feitas ao Reino Unido e à Hungria),
«e creio que conseguirá reunir o mesmo apoio do Parlamento
Europeu», onde a votação terá lugar em meados de julho.
«O facto de não ter sido nomeado por unanimidade não significa
que a maioria qualificada não tenha sido largamente transposta»,
disse Pedro Passos Coelho, que disse encarar «com normalidade que
não estejamos todos de acordo com o nome e o processo» de escolha,
mas Juncker teve «uma esmagadora maioria de apoio; mais do que o
mínimo, que é uma maioria qualificada que o Tratado exige».
Contudo, é importante que, agora, «o Parlamento Europeu habilite o
presidente da Comissão Europeia com uma legitimidade
reforçada».
Pedro Passos Coleho referiu ainda que Juncker «conhece bem
Portugal e que, em função disso, não deixará, como futuro
presidente da Comissão, de utilizar esse conhecimento não para
discriminar positivamente Portugal, mas, seguramente, não
discriminar negativamente Portugal». «É sempre útil ter alguém que
conhece bem a realidade europeia e, nomeadamente, Portugal», tanto
mais que Portugal ainda tem muitas tarefas pela frente que exigirão
uma «interação importante com a Comissão Europeia».
«Julgo que, nessa medida, o facto de termos em Jean-Claude
Juncker uma pessoa que não só é amigo de Portugal, como conhece bem
a realidade portuguesa, pode ser uma vantagem, evidentemente»,
acrescentou.
O Primeiro-Ministro referiu-se ainda à situação na Ucrânia, um
de três países com os quais a União Europeia assinou hoje acordos
de livre comércio - os outros dois foram a a Geórgia e a Moldávia
-, afirmando que os dirigentes europeus expressaram o seu total
apoio ao plano de paz apresentado pelo Presidente do país. «Não foi
excluído que o Conselho Europeu extraordinário [agendado para 16 de
Julho] possa regressar a esta matéria e tomar novas medidas de
restrição relativamente à Rússia», acrescentou.
O Conselho definiu ainda as linhas estratégicas para os próximos
anos nas áreas da liberdade, segurança e justiça; examinou os
progressos para a decisão final, em outubro, acerca da política de
energia e clima, afirmando a urgência de medidas para aumentar a
segurança energética da União.