Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, no Congresso Nacional das Misericórdias, Évora, 29 maio 2014 (Foto: Walter Branco)
 
2014-05-29 às 16:54

«ECONOMIA SOCIAL DEVE ASSUMIR MAIOR DESTAQUE»

«Depois de termos concluído, e de forma bem-sucedida, o programa de assistência a que fomos submetidos, este é o momento em que a economia social deve assumir um maior destaque nas discussões coletivas», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, na abertura do Congresso Nacional das Misericórdias, em Évora.

Referindo os três vetores que orientam o Governo para a economia social, o Primeiro-Ministro sublinhou, em primeiro lugar, que «a consolidação de uma democracia europeia pela qual temos lutado em Portugal não é pensável sem por no centro os valores da solidariedade».

Em segundo lugar, «a complexidade dos problemas sociais, das novas formas de exclusão, das novas armadilhas da pobreza, e dos novos riscos sociais exige uma abordagem desburocratizada e descentralizada». Por este motivo, acrescentou Pedro Passos Coelho, «o Estado deve assumir um novo papel, sem a presunção de que a sua presença é suficiente para todos os problemas e que todos os problemas serão resolvidos desde que haja recursos financeiros em grande escala e sempre em crescimento».

Assim, realçou o Primeiro-Ministro, «o Estado precisa de ser um agente cuja ação insubstituível não prescinda da cooperação e da articulação com as instituições sociais que estão no terreno». «A chave para a resolução equilibrada e sustentada dos problemas no terceiro setor reside nesta complementaridade».

Em terceiro lugar, «a economia social não deve ser vista apenas como sinónimo de solidariedade, mas como uma rede de conhecimento, de iniciativa, de emprego, de participação cívica e de coesão territorial», ou seja, «um pilar importante do desenvolvimento do nosso País».

«Por este motivo, é que no acordo de parceria - que contém a estratégia para a aplicação dos próximos fundos europeus até 2020 - introduzimos a economia social como um dos eixos principais. Fizemo-lo, exatamente, na ótica do desenvolvimento económico, da criação de emprego, da sustentabilidade e da coesão social», explicou Pedro Passos Coelho.

Sobre a aplicação dos fundos do Portugal 2020, o Primeiro-Ministro afirmou: «Usaremos os próximos fundos europeus para requalificar as respostas sociais, para utilizar os recursos com maior eficiência, e para adequar as respostas às necessidades concretas das pessoas».

Os fundos comunitários serão ainda utilizados «para elevar o nosso modelo social e para preparar a nossa economia social de mercado para as mudanças que estamos a viver e, sobretudo, para as que hão de vir», sublinhou Pedro Passos Coelho.

Lembrando que «os alicerces do novo paradigma para o terceiro setor foram lançados com a aprovação, há pouco mais de um ano, da Lei de Bases da Economia Social, e que mereceu a unanimidade da Assembleia da República», o Primeiro-Ministro referiu também que «com este novo enquadramento, podemos estruturar uma nova rede económica e social, e alargar o seu horizonte de possibilidades».

E concluiu: «Queremos uma sociedade que não deixe ninguém para trás» e «esta é uma tarefa que não cabe apenas e em exclusivo a uma instituição em particular, mas que depende do contributo de todos. O Governo quer envolver todos os agentes do setor na construção desta malha de solidariedade».

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