Plataforma de negócios BizFeira, 31 março 2014
 
2014-03-31 às 19:52

EM 2014 HÁ CONDIÇÕES PARA BAIXAR O RÁCIO DA DÍVIDA PÚBLICA PELA PRIMEIRA VEZ

Os «dados muito importantes relativamente a 2013» divulgados pelo INE «mostram que nós realmente tivemos a possibilidade em 2013 de ter um excedente sobre o exterior, no que respeita à nossa balança corrente e de capital, de quase 2% do Produto Interno Bruto», afirmou o Primeiro-Ministro em Santa Maria da Feira. Pedro Passos Coelho acrescentou que isto significa «que a economia no seu todo, em vez de necessidades de financiamento a captar do exterior, tem hoje disponibilidade de financiamento sobre o exterior».

Referindo que estes números são ainda provisórios, o Primeiro-Ministro afirmou que estes dados «representam uma mudança extraordinária» que é preciso «consolidar para o futuro», de forma a mostrar que o caminho seguido «é radicalmente diferente, essencialmente diferente, estruturalmente diferente» do que «conduziu a uma situação de insustentabilidade para futuro».

Recordando que «acumulámos ao longo de todos estes anos uma dívida pública muito elevada e uma dívida privada ainda mais elevada», Pedro Passos Coelho sublinhou que «uma nação, uma economia que precisa de atrair financiamento não pode deixar de honrar as suas responsabilidades». 

Estes dados mostram que Portugal estará «durante o ano de 2014 em condições de, pela primeira vez, ter um rácio de dívida pública a baixar» e que «ao fim de muitos anos», «ter uma capacidade excedentária da economia sobre o exterior». Por isto, há razões para ter «muita confiança» no futuro uma vez  «que os tempos de maiores dificuldades e de maior sacrifício» já passaram.

O futuro «exigirá muitíssimo de todos nós» e «não é um tempo de facilidades», mas «aqueles - que são a grande maioria dos portugueses - que passaram nestes últimos três anos por muitas dificuldades e por muitos sacrifícios, prefeririam agora ouvir uma coisa mais entusiasmante» Contudo, «as pessoas sabem, aprenderam ao longo destes anos que não vale a pena criarmos ficções» pois temos pela frente «o mesmo tipo de exigência que se colocou nestes três anos».

«Nestes três anos - recordou - estivemos a corrigir situações muito drásticas e portanto tivemos de lançar mão de medidas muito emergentes e típicas de situações de urgência e de emergência», e este será o caminho a seguir «qualquer que seja o Governo futuro» já que «os portugueses não querem mesmo regressar ao passado». «Aqueles que ao nível do Estado e do Governo não tiverem aprendido essa lição, não tenho dúvidas que serão rejeitados pela nossa comunidade política, pelos portugueses, pelas famílias e pelas empresas», afirmou o Primeiro-Ministro.

Pedro Passos Coelho referiu ainda que «temos de perder menos tempo com discussões que são espúrias. Por exemplo, perde-se imenso tempo a saber se Portugal deve ter um modelo de desenvolvimento mais baseado em valor acrescentado ou em salários baixos», e «não vale a pena continuar essa discussão» porque se Portugal tivesse de «escolher um modelo de salários baixos» perderia sempre, pelo que a opção «será sempre por acrescentar na cadeia de valor inovação aos processos».

O Primeiro-Ministro discursava no lançamento de uma plataforma online (BizFeira), criada pela Câmara Municipal da Feira como serviço gratuito, que começou hoje a funcionar com a disponibilização de dados diversos sobre 173 empresas com ligação ao concelho.

«Quem perceber o que aqui se passa terá uma noção muito paradigmática do que se espera hoje em dia dos nossos municípios», afirmou, acrescentando que «o projeto é paradigmático para avaliar o quanto é indispensável que, nos tempos presentes, os municípios estejam muito atentos a esta dimensão da competitividade».

O sucesso do BizFeira «dependerá da forma como as empresas aderirem à plataforma», mas deve também «utilizar melhor o valor associado à diáspora» pois há em todo o mundo uma quantidade significativa de empresas que pertencem a lusodescendentes e que «têm interesse em conhecer melhor o que se faz em Portugal e em ajudar à internacionalização das empresas portuguesas».

Portugal deve «usar mais e melhor» a rede e o valor associado à diáspora portuguesa, e trabalhar a «capacidade para sermos mais colaborativos»: »Temos de conseguir que os nossos empresários não tenham receio de fazer uma abordagem cooperativa aos mercados externos», afirmou, acrescentando que «quanto mais pudermos ser colaborantes, mais fácil será resolver o problema que as empresas têm da falta de capital».

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