O Primeiro-Ministro afirmou que as três prioridades do Conselho
Europeu da Primavera serão competitividade industrial, política
energética e situação na Ucrânia. Pedro Passos Coelho intervinha no
debate preparatório do Conselho Europeu, que decorre nos dias 20 e
21 de março, em Bruxelas, na Assembleia da República.
«Pela minha parte, o processo de construção de uma verdadeira
união bancária será o assunto prioritário. É sabido que, apesar de
saudar os consensos já atingidos, manifesto um desejo de aprofundar
este processo», referiu o Primeiro-Ministro.
E acrescentou: «Insisto: uma parte significativa da política
monetária está ainda muito fragmentada. A autoridade única de
supervisão já é uma ajuda para o momento que a Europa atravessa,
mas não chega. Os mecanismos de consolidação bancária carecem um
adequado apoio europeu para se constituírem mais depressa do que o
previsto».
Quanto ao desenvolvimento industrial, Pedro Passos Coelho
afirmou que este processo «é crítico para a retoma económica da
Europa, mas ainda insuficiente face às metas estabelecidas e
respetivos instrumentos alocados».
Em relação ao clima e à energia, o Primeiro-Ministro referiu:
«Portugal tem vindo a defender metas mais ambiciosas porque
precisamos disto - não só para reduzir os gases com efeito de
estufa, aumentar a eficiência energética ou as renováveis - para
aumentar as interligações, o que criará um verdadeiro mercado
interno de energia».
«Espero que o debate agora iniciado possa acelerar este tema,
porque é evidente que estamos energeticamente muito dependentes da
Rússia - o conflito presente na Ucrânia demonstra-o bem -, e a
interligação europeia com a península Ibérica pode conseguir
benefícios para todos os Estados-membros», explicou Pedro Passos
Coelho.
Sobre a Ucrânia, o Primeiro-Ministro prevê «uma avaliação da
situação para renovar o convite à Rússia e à Ucrânia para uma
solução política e diplomática que resolva o problema em
causa».
«A questão da Crimeia não respeita as leis internacionais, por
isto precisa de ser revertida. Mas mantendo sempre os canais
abertos, para que a solução negociada possa vir a ser alcançada»,
concluiu.