«Ainda temos problemas complexos para resolver mas, tal como a
generalidade da Europa, podemos dizer que entrámos numa nova fase»,
afirmou o Primeiro-Ministro numa conferência organizada pelo jornal
Die Welt, em Berlim. Pedro Passos Coelho referiu que «o meu País já
fez muito», acrescentando que «foi um percurso muito difícil, que
começou em 2011, mas, agora, já virámos o cabo».
Descrevendo a situação, o Primeiro-Ministro referiu que «o
crescimento económico regressou e o desemprego está a ser
reduzido», «transformámos défices crónicos de contas correntes em
superávites já significativos de 2% do PIB em 2013», «as nossas
exportações têm estado a crescer a uma das taxas mais rápidas da
Zona Euro, ultrapassando os 40% do PIB em 2013, tendo partido de um
mínimo de 20% em 2009, e o nosso setor privado mostrou uma
inventividade e capacidade de ajustamento impressionantes, ao
aumentar a sua quota de mercado no exterior e ao encontrar novos
mercados externos».
«Como resultado do processo global de reforma estrutural -
prosseguiu Pedro Passos Coelho -, estamos a receber indicações
importantes de que a produtividade aumentou nos últimos anos, uma
tendência partilhada apenas por menos de uma mão-cheia de países na
Europa», e «temos vindo a reduzir os défices orçamentais segundo as
exigência do Programa de Ajustamento em curso».
«Isto significa que voltámos a por a nossa economia a funcionar,
e numa trajetória sustentável», apesar de termos ainda «enormes
problemas herdados». Contudo, afirmou o Primeiro-Ministro, «a
reforma estrutural da nossa economia avança consistentemente, e em
maio próximo concluiremos o nosso programa e entraremos numa nova
fase da nossa história». «Estas realizações foram
reconhecidas pelos mercados financeiros, e Portugal tem vindo a
reganhar a sua capacidade para se financiar», acrescentou.
Pedro Passos Coelho referiu que «o facto de Portugal terminar em
breve, e com sucesso, o Programa de Ajustamento e de ter feito um
largo leque de reformas estruturais, é bom para Portugal e para a
Europa»
Porque se «por um lado, a Europa necessita do sucesso do
ajustamento por parte dos países do Sul - «a Europa é impensável em
tensão permanente, com permanentes desequilíbrio entre si» -, por
outro lado, necessitamos que a Europa avance tão decididamente como
nós avançámos com o ajustamento necessário nos nossos países».
O Primeiro -ministro sublinhou que este avanço «significa regras
claras, instituições funcionais, processos de decisão racionais e
atempados, e políticas adequadas. E precisamos de agir rapidamente
para conseguirmos corrigir os desequilíbrios que ameaçam a nossa
União e para conseguirmos lidar com os problemas que ainda não
reconheceu».