Conferência Die Welt, 18 março 2014
 
2014-03-18 às 23:51

«JÁ VIRÁMOS O CABO»

«Ainda temos problemas complexos para resolver mas, tal como a generalidade da Europa, podemos dizer que entrámos numa nova fase», afirmou o Primeiro-Ministro numa conferência organizada pelo jornal Die Welt, em Berlim. Pedro Passos Coelho referiu que «o meu País já fez muito», acrescentando que «foi um percurso muito difícil, que começou em 2011, mas, agora, já virámos o cabo».

Descrevendo a situação, o Primeiro-Ministro referiu que «o crescimento económico regressou e o desemprego está a ser reduzido», «transformámos défices crónicos de contas correntes em superávites já significativos de 2% do PIB em 2013», «as nossas exportações têm estado a crescer a uma das taxas mais rápidas da Zona Euro, ultrapassando os 40% do PIB em 2013, tendo partido de um mínimo de 20% em 2009, e o nosso setor privado mostrou uma inventividade e capacidade de ajustamento impressionantes, ao aumentar a sua quota de mercado no exterior e ao encontrar novos mercados externos».

«Como resultado do processo global de reforma estrutural - prosseguiu Pedro Passos Coelho -, estamos a receber indicações importantes de que a produtividade aumentou nos últimos anos, uma tendência partilhada apenas por menos de uma mão-cheia de países na Europa», e «temos vindo a reduzir os défices orçamentais segundo as exigência do Programa de Ajustamento em curso».

«Isto significa que voltámos a por a nossa economia a funcionar, e numa trajetória sustentável», apesar de termos ainda «enormes problemas herdados». Contudo, afirmou o Primeiro-Ministro, «a reforma estrutural da nossa economia avança consistentemente, e em maio próximo concluiremos o nosso programa e entraremos numa nova fase da nossa história». «Estas realizações  foram reconhecidas pelos mercados financeiros, e Portugal tem vindo a reganhar a sua capacidade para se financiar», acrescentou.

Pedro Passos Coelho referiu que «o facto de Portugal terminar em breve, e com sucesso, o Programa de Ajustamento e de ter feito um largo leque de reformas estruturais, é bom para Portugal e para a Europa»

Porque se «por um lado, a Europa necessita do sucesso do ajustamento por parte dos países do Sul - «a Europa é impensável em tensão permanente, com permanentes desequilíbrio entre si» -, por outro lado, necessitamos que a Europa avance tão decididamente como nós avançámos com o ajustamento necessário nos nossos países».

O Primeiro -ministro sublinhou que este avanço «significa regras claras, instituições funcionais, processos de decisão racionais e atempados, e políticas adequadas. E precisamos de agir rapidamente para conseguirmos corrigir os desequilíbrios que ameaçam a nossa União e para conseguirmos lidar com os problemas que ainda não reconheceu».

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