A «oferta formativa superior de curta duração, que possa
oferecer às empresas aquilo que elas procuram e não encontram» está
«em défice claro» em Portugal, afirmou o Primeiro-Ministro durante
uma visita ao Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), em
Barcelos. Pedro Passos Coelho acrescentou que «há um grande
desacerto» entre a procura que as empresas fazem de mão-de-obra
qualificada, de oferta diferenciada de tipo superior, e a oferta
que o mercado disponibiliza.
«Temos de corrigir isto. Não sei se é com as universidades ou
com os politécnicos (...). Haverá universidades que podem
contribuir, politécnicos que podem contribuir. Mas esta situação
precisa de ser corrigida nos próximos anos», sublinhou.
O Primeiro-Ministro chamou a atenção para o facto de existirem
«muitas universidades que têm cursos que não fazem sentido, apenas
porque não sabem o que fazer aos professores que lá têm». «Não tem
nenhum interesse» para o País haver mais mil cursos no ensino
superior, «sem diferenças significativas» entre eles e, alguns
deles, com «pouquíssimos alunos».
«Porquê tantos cursos e porquê toda a gente a oferecer a mesma
coisa?», perguntou, respondendo que as instituições de ensino
superior devem diferenciar-se e especializar-se: «Não têm de perder
o sentido de competição, mas também é importante que não se estejam
a canibalizar umas às outras», desperdiçando recursos.
O Primeiro-Ministro inaugurou o Centro de Investigação e
Desenvolvimento em Jogos Digitais do IPCA, um investimento de 2,6
milhões de euros, que integra sete laboratórios com alguns
equipamentos únicos em Portugal, designadamente equipamentos de
captura de movimento. Este centro multidisciplinar, é focado na
pesquisa dos desafios, científicos, sociais, de engenharia e
educacionais do entretenimento digital em geral e dos jogos
digitais em particular.