O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que «a
disciplina orçamental não é um fim em si mesmo, está ao serviço de
uma sociedade mais próspera e mais justa e é nesse grande objectivo
que temos de nos concentrar» na sessão de abertura da conferência
«Portugal Pós-Troika», organizada pelo Jornal de
Negócios/Renancença.
Pedro Passos Coelho reiterou e elogiou a disponibilidade que os
«portugueses mostraram» ao longo do processo de ajustamento,
afirmando que «estão disponíveis para fazer sacrifícios desde que
sejam condição para um futuro melhor» e «nós sabemos o que
significa um futuro melhor»
O principal objectivo no pós-troika é «fazer crescer a economia,
pôr as instituições ao serviço dos cidadãos, corrigir as
desigualdades e promover a justiça social».
Para uma melhor consolidação neste período pós-troika é
fundamental um «compromisso político alargado em torno da
estratégia orçamental para os próximos cinco anos» , «quer as
políticas se inclinem mais para a esquerda, quer se inclinem mais
para a direita».
O Primeiro-Ministro prometeu disponibilizar à oposição a
melhor informação disponível para discutir o Documento de
Estratégia Orçamental e anunciou que vai convidar o líder do PS
para discutir de forma aberta este documento.
Pedro Passos Coelho referiu ainda que «temos diante de nós a
possibilidade de voltarmos a fazer as nossas próprias escolhas» e
acrescentou, «sabemos o que temos de fazer e conhecemos o preço que
pagaremos por não o fazer».
O Primeiro-Ministro realçou que este é o momento para
«rejeitarmos os fatalismos que tantas vezes na nossa história nos
inibiram de acreditar que podemos viver numa sociedade mais
próspera e mais justa», acrescentando que Portugal é «uma nação
respeitada e que quer ter uma palavra a dizer na história da
globalização». Este é ainda o momento para nos «mobilizarmos com a
confiança de quem quer tomar o seu próprio futuro nas suas
mãos».
«Precisamos que a Europa acompanhe adequadamente os ajustamentos
necessários das economias do sul» e para isto, referiu Pedro Passos
Coelho, «precisamos de regras claras e iguais para todos,
instituições funcionais e processos de decisão e de implementação
racionais e atempados», mas precisamos também de «agir rapidamente
para corrigir os desequilíbrios que ameaçam a União».
O Primeiro-Ministro referiu ainda que devemos aprofundar a
solidariedade europeia, mas não ficar à espera que a Europa resolva
os problemas do País: «Contamos com a solidariedade da Europa, que
deve corresponder às novas exigências, mas também sabemos que temos
de assumir a responsabilidade nacional, que acaba por ser o outro
lado da moeda».